![CPI da Braskem define Rogério Carvalho como relator; Calheiros renuncia à comissão CPI da Braskem inicia os trabalhos no Senado, nesta quarta-feira (21).](https://media.gazetadopovo.com.br/2024/02/21181805/IMG_0337-860x540.jpg)
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem iniciou os trabalhos nesta quarta-feira (21) no Senado Federal. A CPI foi criada para investigar a responsabilidade jurídica e socioambiental da empresa Braskem em relação ao colapso de minas de sal-gema em Maceió, capital de Alagoas.
O presidente do colegiado é o senador Omar Aziz (PSD-AM) e o vice-presidente, senador Jorge Kajuru (PSB-GO). A escolha do relator gerou divergências entre os senadores, e a reunião que estava prevista para manhã foi adiada para tarde.
A disputa pela relatoria ficou entre o senador Rogério Carvalho (PT-PE) e Renan Calheiros (MDB-AL). Porém, Omar Aziz optou por Carvalho por conta da isenção do cargo, já que Calheiros foi presidente da antiga estatal Salgema, antes de a empresa ser privatizada e virar Braskem, na década de 1990.
Calheiros também é pai do ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB-AL) que, segundo Rodrigo Cunha, “passou oito anos concedendo licenças” para a exploração da Braskem.
Ao escolher Rogério Carvalho, Aziz pediu a compreensão do senador alagoano, que propôs a CPI e queria a relatoria. “Sei da sua preocupação com o seu estado, sei que Vossa Excelência tem o interesse de investigar a fundo e deve contribuir com esta CPI como membro”, disse Aziz a Renan.
Após rejeição da relatoria, Calheiros anunciou a renúncia do cargo na comissão. Ele fez um discurso agradecendo o apoio dos 45 senadores que assinaram o pedido de criação da CPI, mas lamentou não ter sido designado relator e disse que o povo de Alagoas e de Maceió, “foi vítima de um crime doloso”.
Segundo Calheiros, um relator do estado teria mais legitimidade para atuar em uma possível CPI. “Eu teria legitimidade maior ainda para defender os interesses do Estado. Respeito Rogério, é um amigo, mas não vamos aceitar porque esta designação é prejudicial aos interesses do estado. Mesmo tendo criado a CPI e coletado as assinaturas, deixo esta comissão exatamente em respeito à decisão de Omar, por não concordar com o encaminhamento da relatoria”, destacou o parlamentar.
O risco de colapso em uma mina de sal-gema da Braskem em Maceió (AL), que levou a Defesa Civil a retirar cerca de cinco mil pessoas de um bairro da cidade, acelerou andamento da CPI da Braskem no Senado – e opôs os dois principais políticos alagoanos que disputam poder e influência no Congresso - Arthur Lira e Renan Calheiros.
*Com informações da Agência Senado
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