A CPI da Covid do Senado iniciou os trabalhos na manhã desta terça-feira (27), e os seus integrantes elegeram Omar Aziz (PSD-AM) como presidente da comissão. Randolfe Rodrigues (Rede-AP) foi eleito o vice-presidente. Aziz confirmou a indicação de Renan Calheiros (MDB-AL) para o cargo de relator, após a reversão de decisão judicial que impedia a ascensão do emedebista ao posto.
Aziz venceu a eleição com 8 votos contra 3 para Eduardo Girão (Podemos-CE). A CPI pretende apurar responsabilidades do poder público nas falhas do combate à pandemia de Covid-19, com foco em episódios como a compra insuficiente de vacinas, o colapso registrado em Manaus no início do ano e acusações de corrupção a partir de verbas remetidas pelo governo federal a estados e municípios.
A eleição de Aziz e Randolfe e a indicação de Renan para a relatoria confirma um acordo firmado entre as lideranças partidárias há algumas semanas. A negociação entre os partidos fez uma mescla entre o privilégio às maiores bancadas da casa - casos do PSD de Aziz e o MDB de Calheiros - e a tradição de dar um cargo de relevo a quem solicitou a CPI. Randolfe foi o parlamentar que apresentou o pedido inicial de criação da comissão, ainda em janeiro.
Girão lançou a sua candidatura de forma independente por não concordar com o acordo estabelecido entre as legendas e também por entender que a CPI instalada nesta terça é resultado de uma solicitação sua. O senador apresentou, em março, uma requisição para criação de uma CPI que investigasse também denúncias contra estados e municípios. A CPI solicitada por Randolfe tinha como foco exclusivo o governo federal. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), quando confirmou a criação da CPI, optou por unir as requisições de Randolfe e Girão.
Renan em destaque
A confirmação de Renan Calheiros como relator da CPI representa uma vitória para o parlamentar, um dos mais experientes do Congresso, e também uma derrota para o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Assim que o nome de Renan foi sondado para o cargo, bolsonaristas passaram a questionar a indicação. Apoiadores do presidente destacaram três argumentos contra o nome do senador: as denúncias de corrupção que envolvem o parlamentar, a condição de ele ser um crítico habitual do governo e o fato de ele ser pai de um governador de estado - Renan Filho (MDB-AL).
Girão também mencionou o fato e disse que, se eleito presidente da CPI, indicaria outro nome para o posto. O senador Marcos Rogério (DEM-RO), próximo do governo, foi especulado para a função.
Na segunda-feira (26), uma liminar expedida pelo Judiciário de Brasília determinou que Renan não poderia ocupar a relatoria. Pouco após a divulgação da medida, o senador foi às redes sociais para anunciar que recorreria da decisão e para responsabilizar o governo e o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) pelo ato. Mas a liminar acabou não tendo vida longa.
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Deputados da base governista pressionam Lira a arquivar anistia após indiciamento de Bolsonaro
Enquete: como o Brasil deve responder ao boicote de empresas francesas à carne do Mercosul?
“Esmeralda Bahia” será extraditada dos EUA ao Brasil após 9 anos de disputa
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF