Os integrantes da CPI da Covid aprovaram nesta quinta-feira (29) requerimentos para convocar o atual e os ex-ministros da Saúde do governo Jair Bolsonaro. Na próxima terça-feira (4), a CPI vai ouvir os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta, pela manhã, e Nelson Teich no período da tarde. Na quarta (5), parlamentares reservaram o dia todo para o depoimento de Eduardo Pazuello, um dos mais aguardados.
Segundo o vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a sessão exclusiva para ouvir o ex-ministro Pazuello se deu porque muitos dos fatos mais importantes para a comissão aconteceram em sua gestão. "Eu me atrevo a dizer, não conversei isso com os colegas da direção da CPI, mas talvez o ministro Pazuello a gente tenha que ouvir mais de uma vez", afirmou.
Na quinta-feira (6), será a vez do atual ministro Marcelo Queiroga e do diretor-geral da Anvisa, Antonio Barra Torres serem ouvidos. Na outra semana, está prevista a oitiva do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e de representantes da Pfizer. Esses últimos requerimentos ainda precisam ser aprovados.
Recentemente, em entrevista à revista Veja, Wajngarten disse que a compra de vacinas oferecidas pela Pfizer no ano passado não ocorreu por "incompetência e ineficiência" por parte de Pazuello.
Pedidos de informação
Além dos requerimentos de convocação, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, pediu o compartilhamento do acervo documental da CPMI das Fake News na parte em que haja correlação com disseminação de notícias falsas sobre a pandemia. Ele também solicitou informações aos ministérios da Economia, Saúde, Casa Civil e das Comunicações.
A sessão desta quinta foi a primeira desde que a CPI foi instalada pelos senadores. Durante a reunião, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que integra a base governista, e Renan Calheiros protagonizaram um bate-boca sobre a necessidade ou não de colocar em votação todos os requerimentos.
Segundo Nogueira, o relator tinha medo dos pedidos de informações que eventualmente fossem apresentados, provocando uma reação de Calheiros. Em outro momento, o vice-líder do governo no Senado, senador Marcos Rogério (DEM-RO), apresentou uma questão de ordem para que os encontros do colegiado sejam exclusivamente presenciais.
Renan rebateu afirmando que a questão era uma tentativa de obstrução dos trabalhos por parte do governo. Atualmente, está definido que os membros podem escolher de que forma vão participar e alguns têm optado por acompanhar através do sistema remoto.
"Eu já conheci muitas tropas de choque, mas esta é a primeira que recorre ao STF em uma questão já decidida e é a primeira que recebe por meio eletrônico requerimentos feitos do governo para registrar aqui, ou seja, não vamos chegar a lugar nenhum, isso nunca deu certo. Deixa a comissão trabalhar e cumprir o seu trabalho. Não temos como continuar dessa forma, atrasando, atrasando, atrasando", disse Renan Calheiros.
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