Após manobra do presidente da CPI dos atos do 8 de Janeiro da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), deputado Chico Vigilante (PT), o nome do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general Marco Gonçalves Dias (conhecido como "G. Dias"), foi retirado do relatório final da Comissão apresentado na quarta-feira (29).
G. Dias, que é bastante próximo a Lula, entrou na mira da CPI após o vazamento de imagens internas do Palácio do Planalto no dia da “invasão”, que mostram o general passeando e interagindo tranquilamente com os manifestantes.
No meio da leitura do relatório, na manhã da quarta-feira (29), Chico Vigilante comunicou aos integrantes da Comissão que havia decidido permitir a apresentação de emendas ao relatório final.
Deputados se revoltaram com a decisão que, segundo os parlamentares, não tem amparo no regimento interno da Casa.
Em tom autoritário, Chico Vigilante disse que a decisão cabe a ele. “Está tomada a decisão e não vou conceder questão de ordem aqui. A extrema-direita não vai ganhar no grito”, disse o presidente da Comissão.
Após a confusão, em entrevista à TV Câmara Distrital durante o intervalo do almoço, a deputada Paula Belmonte (Cidadania) disse que alguns deputados já estariam articulando a retirada do nome de G. Dias da lista de indiciados.
“A regra foi estabelecida agora por esse presidente (da CPI) e em uma decisão monocrática. Não foi consultado nenhum parlamentar para que essa decisão fosse amparada e, inclusive, pela forma que é mais democrática, pelo voto”, disse a deputada.
Apesar de autorizar, depois de muita confusão, que os deputados fizessem “questões de ordem” contra a medida, o presidente da CPI manteve a decisão e partiu dele mesmo o pedido de retirada do nome de G. Dias do relatório final.
O pedido de Chico Vigilante foi acompanhado do apoio dos deputados Robério Negreiros (PSD), Fábio Felix (Psol) e Jaqueline Silva (MDB).
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