O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Gonçalves Dias terá que prestar esclarecimentos à Comissão Parlamentar de Inquérito do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, a CPI do MST. A comissão aprovou nesta terça-feira (11) o requerimento de convocação do ex-ministro para que ele explique as ações da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no monitoramento de invasões de terra ocorridas durante o atual governo.
Gonçalves Dias foi um dos pivôs da instalação da CPMI dos atos de 8 de janeiro. A divulgação de imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostrou que o ex-ministro forneceu água aos manifestantes e que, supostamente, não agiu para coibir as depredações ocorridas dentro do prédio público. Após o episódio, Gonçalves Dias pediu exoneração.
A convocação do ex-ministro para a CPI do MST se deve ao fato da Abin, que é um órgão da Presidência da República, ter sido vinculada ao GSI até março deste ano. Hoje, a Abin é vinculada à Casa Civil. A agência é responsável por fornecer ao presidente da República e a seus ministros informações e análises estratégicas, oportunas e confiáveis, necessárias ao processo de decisão. De acordo com o relator da CPI do MST, deputado Ricardo Salles (PL-SP), desde 2009, a Abin faz o monitoramento dos movimentos de invasão de propriedade, o que motivou a apresentação da convocação.
Gonçalves Dias terá que explicar omissão e conivência com invasões
“A documentação que a Abin disponibiliza desde 2009 dá conta de uma repetição de um modus operandi [dos movimentos de invasão de terra] e uma série de situações que tornam essa conduta criminosa previsível para o poder público. Portanto, é obrigação do órgão de inteligência fornecer às demais autoridades que compõem o sistema nacional de segurança pública todas as informações”, justificou Salles no requerimento de convocação. O deputado também é o relator da CPI do MST.
O ex-ministro será questionado sobre a sua atuação à frente do GSI e, em especial, sobre a omissão diante das 57 invasões de propriedades que foram registradas desde o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Tendo todo o aparato da Abin, [o general] terá que explicar por que se omitiu diante das evidentes e crescentes invasões a partir de 1º de janeiro. [...] Também terá que justificar a condescendência, pra não dizer conivência, da autoridade do Poder Executivo com esses crimes”, enfatizou Salles.
A audiência para ouvir o ex-ministro Gonçalves Dias ainda não tem data marcada.
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