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Conflito de interesses

CPI do MST: Deputada do PSOL é acusada de dar emprego à mulher de José Rainha em seu gabinete

Sâmia Bonfim
Deputada Sâmia Bonfim, do PSOL, teria dado emprego em seu gabinete à mulher de José Rainha (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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Durante a reunião de instalação e eleição da CPI do MST, a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que faz parte da comissão, foi questionada pela imprensa sobre ter alegadamente nomeado para trabalhar em seu gabinete Diolinda Alves de Souza, mulher do líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha. Isso pode gerar conflito de interesses, já que Sâmia é integrante da CPI.

A gravação da TV Câmara não captou em imagens ou áudio da conversa, mas a interação foi relatada ao microfone pelo deputado federal Ricardo Salles (PL-SP).  A Gazeta do Povo não conseguiu contato com o gabinete de Sâmia Bomfim até o fechamento dessa reportagem.

De acordo com Salles, Sâmia teria sido interpelada se não haveria conflito de interesse de sua parte, já que a deputada, membro titular da CPI do MST, nomeou a esposa do líder da FNL, em abril deste ano. Em 2003, Diolinda foi presa, após condenação por formação de quadrilha.

Desde o dia 4 de março de 2023, José Rainha, marido de Diolinda, está preso preventivamente, após operações da Polícia Civil de São Paulo, que o acusa de extorquir seis vítimas, exigindo vantagens financeiras. Com Zé Rainha e Luciano de Lima, outro líder da FNL, foram apreendidos dois fuzis calibre 556, duas espingardas calibre 12 e uma calibre 357.

Mais cedo, durante a abertura da CPI, Sâmia questionou, por meio de uma questão de ordem, o presidente da comissão, deputado federal Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS) sobre o conflito de interesse e os supostos crimes cometidos pelo ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Sâmia apontou que Salles estaria sendo acusado por corrupção e organização criminosa. A questão de ordem feita por Sâmia foi indeferida pelo presidente Zucco.

Em nota enviada à reportagem, Sâmia Bomfim afirmou que "Diolinda é uma ativista e dirigente da luta pela reforma agrária há muitas décadas e, na região do Pontal do Paranapanema, organiza as demandas e iniciativas do nosso mandato. Temos muito orgulho do trabalho desenvolvido por ela na região.

Ao final da reunião de instalação da CPI no dia de hoje, uma mulher me abordou afirmando ser de um blog que divulgava e apoiava a luta da reforma agrária e solicitou uma entrevista para o referido veículo. Para minha surpresa e da minha equipe, durante a entrevista, a suposta repórter - que não apresentava identificação da Câmara, como é exigido pela Polícia Legislativa - passou a tentar entrar em provocações vazias.

Após encerrar a entrevista, solicitamos à Polícia Legislativa que exigisse identificação da mulher, assim como é exigido a todos os profissionais de imprensa, visitantes ou assessores, e nos retiramos do plenário”.

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