A disputa entre deputados federais da oposição e da base governista se acirrou, nesta terça-feira (29), durante a reunião da CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Um empate técnico, 13 a 13, na votação de um dos 20 requerimentos previstos para serem votados pelo colegiado colocou “em cheque” a força de ambos, os lados.
Diante do empate, o presidente da CPI tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS), estabeleceu o entendimento de que, por falta de maioria, o requerimento seria retirado. O entendimento acabou beneficiando os governistas ao conseguirem reprovar a convocação do presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Edegar Pretto.
Apesar da derrota, a oposição tentou unir forças para evitar que os requerimentos fossem retirados de pautas. Somente duas convocações foram aprovadas com votação bem apertada, a do Jaime Messias Silva, diretor-presidente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iteral); e a do José Rodrigo Marques Quaresma, gerente executivo administrativo do Iteral.
Diante do impasse e da dificuldade em aprovar as convocações, o relator da CPI, deputado Ricardo Salles (PL-SP), decidiu encerrar os trabalhos. “Como os requerimentos não têm como ser aprovados sem a mudança regimental da CPI, sugiro o encerramento dos trabalhos”, disse.
A oposição esperava uma mudança na composição do colegiado em meio ao impasse sobre a entrada de novos partidos para a base do governo, como Republicanos, PP e União Brasil.
Entre os requerimentos previstos para votação, mas que sequer foram analisados, estava o pedido da quebra de sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático de João Pedro Stédile, principal liderança do MST. Em 2022, Stédile foi um dos primeiros a anunciar abertamente a retomada de invasões de terra caso Lula retomasse o poder.
Outro requerimento que não foi analisado pelo colegiado pedia a quebra de sigilo do ex-integrante do MST, atual líder da Frente Nacional de Lutas, José Rainha Junior. O ativista responde na Justiça aos crimes de extorsão e associação criminosa contra produtores rurais da região de Pontal do Paranapanema (SP) entre os anos de 2021 e 2022.
Antes do início da reunião da CPI, o relator Salles disse à imprensa que, caso encontrasse dificuldades para aprovar os requerimentos, pretendia entregar o relatório final na próxima segunda (4/9).
Bolsonaro e mais 36 indiciados por suposto golpe de Estado: quais são os próximos passos do caso
Bolsonaro e aliados criticam indiciamento pela PF; esquerda pede punição por “ataques à democracia”
A gestão pública, um pouco menos engessada
Projeto petista para criminalizar “fake news” é similar à Lei de Imprensa da ditadura
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF