A sessão desta quarta-feira (26) CPI da Covid foi encerrada sem votar o pedido de convocação do presidente Jair Bolsonaro para depoimento na comissão. Mas foram aprovados os requerimentos para convocar nove governadores. Também serão ouvidos novamente o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga.
O pedido de convocação de Bolsonaro havia sido apresentado pelo vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).
Na justificativa para a convocação de Bolsonaro, Randolfe havia escrito que "a cada depoimento e a cada documento recebido, torna-se mais cristalino que o Presidente da República teve participação direta ou indireta nos graves fatos questionados por esta CPI". O senador também destacou fatores que, em sua avaliação, relacionam o presidente aos números negativos da pandemia, como o combate às medidas de isolamento social e ao uso de máscaras.
Tão logo a sessão começou, senadores governistas argumentaram que o pedido para ouvir Bolsonaro é inconstitucional, pois caracteriza uma afronta à independência dos poderes.
Randolfe disse que esse argumento é o mesmo que veda a convocação de governadores pela CPI. Senadores governistas acusaram o senador do Amapá de ter feito incluído o pedido de convocação de Bolsonaro como uma manobra para impedir a convocação de governadores.
Diante da polêmica, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), decidiu encerrar a sessão da comissão sem votar o pedido de Randolfe.
Saiba quem são os governadores convocados pela CPI
Apesar de não votar o requerimento envolvendo Bolsonaro, a CPI aprovou a convocação de nove governadores de estado. Terão de comparecer à CPI, os seguintes governadores:
- Distrito Federal, Ibaneis Rocha
- Santa Catarina, Carlos Moisés
- Piauí, Wellington Dias
- Amazonas, Wilson Lima
- Pará, Helder Barbalho
- Tocantins, Mauro Carlesse
- Roraima, Antonio Denarium
- Amapá, Waldez Góes
- Rondônia, Marcos José Rocha dos Santos.
Todos esses governadores comandam estados onde houve operações da Polícia Federal (PF) para investigar suspeitas de desvios de recursos federais destinados ao combate à pandemia.
Também foi convocado o ex-governador do Rio Wilson Witzel – que sofreu processo de impeachment devido aos escândalos de desvios de recursos para a pandemia.
Os senadores também aprovaram a reconvocação do ex-ministro Eduardo Pazuello, acusado pela oposição de ter mentido à CPI em seu primeiro depoimento. Outro que voltará à CPI é o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
Também foi convocado o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins, que teria participado de uma reunião em que se discutiu compra de vacinas contra a Covid-19 com a Pfizer.
A CPI da Covid aprovou ainda convocação do empresário Carlos Wizard Martins e do advogado Arthur Weintraub, ex-assessor da Presidência da República. Ambos são mencionados como "conselheiros informais" do presidente Jair Bolsonaro e de autoridades do Ministério da Saúde para assuntos ligados à pandemia de coronavírus.
Outra decisão dos senadores é que a CPI vai realizar sessões para ouvir cientistas pró e contra o chamado tratamento precoce contra o coronavírus.
A sessão de hoje da CPI não fixou, contudo, as datas dos novos depoimentos.
Inicialmente, a Gazeta do Povo informou que o governador do Piauí, Wellington Dias, ia comparecer à CPI para falar de vacina, por ser presidente do Consórcio do Nordeste e responsável pela temática da vacinação do Fórum Nacional dos Governadores. Mas o requerimento de convocação dele não menciona o tema da vacinação como motivo para seu depoimento. Na verdade, Dias irá à CPI porque a Polícia Federal investiga suposto desvio de recursos no combate à pandemia no Piauí.
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