Os parlamentares da oposição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro estão buscando a última tentativa de resistência contra a maioria governista, que vem priorizando suas próprias demandas e anulando todos os pedidos indesejados.
Durante reunião tensa ocorrida na manhã da última quinta-feira (15), os membros da mesa diretora do colegiado, composta pelo presidente deputado Arthur Maia (União Brasil-BA), o vice-presidente Cid Gomes (PDT-CE), o segundo vice-presidente Magno Malta (PL-ES) e a relatora Eliziane Gama (PSD-MA), debateram a proposta dos oposicionistas da criação de pelo menos duas subcomissões com o objetivo de ouvir as pessoas em Brasília no dia seguinte aos atos de vandalismo na praça dos Três Poderes.
Segundo Magno Malta, o presidente do colegiado concordou com a iniciativa e deverá levá-la ao plenário na próxima reunião, nesta terça-feira (20). “A reunião de procedimentos da Mesa discutiu algo essencial. Não podemos admitir que os governistas que, até pouco tempo atrás, falavam que eram contra essas investigações, agora ditem os rumos da comissão dessa maneira. Esta CPMI é um instrumento da minoria e, como minoria, só tem sua voz para lutar e para defender aquilo que acredita ser justo e certo. Espero que as decisões tomadas sejam cumpridas”, disse o senador à Gazeta do Povo.
Atualmente, 751 pessoas seguem há seis meses presas nas penitenciárias da Papuda (homens) e Colmeia (mulheres), sendo que 655 foram liberadas para responder com medidas cautelares. Ao todo, 1.406 pessoas foram detidas em 9 de janeiro.
Malta expressou esperança de que o acordo seja aprovado, considerando que “o pessoal do governo sequestrou a CPMI e deixou claro que não permitirá a oposição investigar nada para avançar na busca por toda a verdade”.
Ele torce para uma melhora no funcionamento da comissão, considerando o mal-estar produzido pela derrubada de todos os requerimentos dos oposicionistas na última reunião, realizada na terça-feira (13).
A decisão de não convocar o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Gonçalves Dias, e o atual ministro da Justiça, Flávio Dino, testemunhas-chave para elucidar a hipótese de omissão das autoridades federais no episódio de 8 de janeiro, foi classificada por diferentes parlamentares de oposição como uma “confissão de culpa”.
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