Senadora Eliziane Gama conta com a aprovação de requerimentos de convocação e quebras de sigilos para finalizar relatório.| Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da CPMI dos atos de 8 de janeiro no Congresso, disse nesta quarta (27) que o relatório final deve ser entregue no dia 17 de outubro. Os participantes da comissão correm contra o tempo para aprovar os últimos requerimentos de dados, quebras de sigilos e convocações para cumprir o prazo regimental dos trabalhos.

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O prazo, no entanto, está ficando apertado com o cancelamento da reunião desta quinta (28) por conta do baixo quórum de parlamentares. Na noite de quarta (27), a mesa diretora anunciou que a sessão não seria realizada, adiando a análise de requerimentos de convocação principalmente de militares – não há acordo entre governistas e oposição.

As convocações, no entanto, são apontadas por Eliziane como essenciais para terminar o relatório final da CPMI, principalmente de integrantes das Forças Armadas que teriam participado de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em novembro do ano passado.

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“Pelas informações que nos chegam, eles foram citados na delação premiada do Mauro Cid. Entendemos que o almirante [Almir] Garnier, o brigadeiro [Carlos de Almeida] Baptista e o general [Marco Antonio] Freire Gomes são os três nomes que precisamos ouvir agora nesta reta final, e o retorno do Mauro Cid. Inclusive, temos a aprovação do retorno já feita pela comissão”, disse.

Eliziane Gama também pediu a quebra de sigilos de pessoas apontadas como supostos financiadores dos atos de 8 de janeiro, que levaram à invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. “[São] elementos que darão maior embasamento no nosso relatório final que deverá ser apresentado no próximo dia 17”, completou.

Além dos comandantes das Forças Armadas, também estavam previstas as análises de requerimentos de convocação de membros da Força Nacional de Segurança, como de José Américo de Souza Gaia, diretor-geral na época dos ataques; Ivair Matos Santos, diretor-substituto em 8 de janeiro;  Sandro Augusto de Sales Queiroz, comandante do Batalhão de Pronto Emprego da FNSP no dia dos atos; e Fernando Alencar Medeiros, atual diretor da corporação.

O relatório final da CPMI, no entanto, não deve livrar o governo da suspeita de omissão das forças federais de segurança para conter os atos de 8 de janeiro. Em entrevista à Gazeta do Povo, o senador Esperidião Amin (PP-SC) afirmou que isso significa que as evidências de inação relacionadas ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que não acionou a Força Nacional de Segurança Pública no tempo adequado, permanecerão como uma pressão persistente sobre as autoridades do governo federal.

“Ao não esclarecer o fato cada vez mais evidente de que a própria corporação estava ciente dos alertas dos serviços de inteligência sobre os riscos em 8 de janeiro e que suas tropas estavam disponíveis durante todo o período dos atos de vandalismo, o governo agora corre o risco de deixar deliberadamente dúvidas pairando no ar”, analisou o senador.

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