Com base em decisões dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes e Cristiano Zanin, o ex-comandante da Polícia Militar do Distrito Federal, coronel Fábio Augusto Vieira, optou por ficar em silêncio durante a sessão desta terça-feira (29) da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do dia 8 de janeiro.
Responsável pela PMDF no dia 8 de janeiro, coronel Fábio foi preso pela Polícia Federal (PF) no último dia 18 no âmbito da Operação Incúria, que investiga condutas das autoridades públicas distritais.
Ao determinar o depoimento do militar para hoje, o ministro Alexandre Moraes concedeu ao depoente o direito de ficar em silêncio para evitar autoincriminação. Coronel Fábio foi à CPMI na condição de testemunha.
No mesmo sentido, ao julgar um pedido de habeas corpus, Zanin garantiu o direito ao silêncio e isentou o depoente de firmar compromisso de dizer a verdade com a Comissão.
A decisão de Zanin gerou uma pequena confusão no início da sessão, já que a autorização dada pelo ministro para que o depoente, em tese, pudesse mentir, foi considerada uma “inovação” pelo presidente do colegiado, o deputado Arthur Maia (União-BA).
“Em todos os depoimentos que solicitamos, o depoente chega aqui com o direito de ficar calado naquilo que possa incriminá-lo. Entretanto, estou lendo aqui com mais cuidado e, de fato, a decisão do ministro Zanin é completamente diferente”, disse Maia.
Em seguida, o senador Marcos Rogério (PL-RO) pediu a palavra e disse que, na verdade, o que estaria sendo garantido ao depoente seria a possibilidade de “não prestar o compromisso” de dizer a verdade, mas que caberia à Mesa questioná-lo sobre isso para que o entendimento do ministro do STF não pesasse sobre a Comissão como uma imposição.
Já o senador Esperidião Amin (PP-SC) questionou a interpretação dada à decisão de Zanin e disse que o depoente não estaria autorizado a mentir, mas apenas a ficar em silêncio.
Diferente dos colegas, o senador Magno Malta (PL-ES) disse que a decisão de Zanin representa “um verdadeiro habeas corpus” e que as decisões anteriores é que estariam equivocadas.
“Estão vindo habeas corpus de trivela, habeas corpus flex. O cara pode falar uma banda e não pode falar outra banda. Esse habeas corpus aí, sim… O Supremo deu para ele o direito de ficar calado e não falar nada”, disse Malta.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF
Deixe sua opinião