José Múcio diz que Mauro Cid tem o direito de usar farda e foi orientado pelo Comando do Exército a usar a vestimenta na CPMI.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
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O ministro da Defesa do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), José Múcio Monteiro, defendeu o uso da farda militar por Mauro Cid durante o depoimento à CPMI dos atos de 8 de janeiro nesta terça (11), no Congresso, e as Forças Armadas por afirmações de que estavam interessadas em um golpe de estado.

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O uso da farda pelo ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi vista por analistas como uma “afronta” aos militares, o que Múcio negou.

“Não tem o menor problema. Ele é oficial, tem o direito de usar farda. Ele está preso, inclusive, usando roupa de militar, não tem nem roupa civil. [Essa foi] a informação que eu tive”, disse o ministro em entrevista ao jornal Folha de São Paulo publicada nesta quarta (12).

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O Exército afirmou que Cid “foi orientado pelo Comando do Exército a comparecer fardado pelo entendimento de que o militar da ativa foi convocado para tratar de temas referentes à função para a qual fora designado pela Força”.

Múcio afirmou, ainda, que espera um veredito da CPMI sobre a participação de militares nos atos de 8 de janeiro, mas eximiu o Comando de qualquer culpa. De acordo com ele, havia duas facções do Exército convivendo no acampamento montado em frente ao Quartel General, em Brasília, de “legalistas” e “indignados”.

“Ali havia duas facções do Exército convivendo naquele acampamento. Mas às Forças Armadas não interessava golpe. Em um jogo de futebol, um jogador comete uma indisciplina, você põe para fora do jogo ele. O time continua”, analisa.

No entanto, segundo depoimento à CPMI do então Chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, a cúpula do Exército impediu o governo do DF de desmontar o acampamento em frente ao QG.

O ministro disse, ainda, que a Defesa está disposta a colaborar com as investigações da comissão para que “isso chegue ao fim, é bom para todo mundo”.

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