A relatora da CPMI dos atos de 8 de janeiro no Congresso, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), vai pedir a quebra dos sigilos bancário, telefônico e telemático de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que presta depoimento na manhã desta terça (11), às 9h.
O pedido se dá por conta da pouca quantidade de informações que a comissão está conseguindo ter acesso, como apenas algumas das mensagens encontradas no celular de Cid apreendido pela Polícia Federal em maio, durante a Operação Venire.
Segundo a senadora, a CPMI está tendo dificuldade em avançar na coleta de informações em alguns dos inquéritos que envolvem o ex-ajudante de ordens, principalmente no que corre no Supremo Tribunal Federal (STF), que “ainda está fazendo diligências”, disse.
Para ela, tanto as informações presentes no celular que ainda não foram compartilhadas como dos e-mails, que a comissão também quer ter acesso, devem ajudar a avançar nas investigações.
“Nós também somos um inquérito, também podemos quebrar diretamente os sigilos. Hoje vamos apresentar uma série de requerimentos”, disse em entrevista à GloboNews.
A votação dos requerimentos deve ocorrer logo no início da sessão da CPMI que vai tomar o depoimento de Mauro Cid. A senadora afirma que o militar deve prestar as informações necessárias à comissão que “não o incriminem”, já que tem o direito constitucional de se manter em silêncio em alguns questionamentos – a defesa ainda conseguiu um habeas corpus que garante isso.
Uma sequência de 10 parlamentares governistas irão dominar as primeiras horas da oitiva do tenente-coronel Mauro Cid na CPMI. A estratégia é constranger o depoente com perguntas e afirmações em torno de supostos indícios de planejamento de um golpe de Estado, conforme mensagens obtidas em seu celular pela Polícia Federal, e assim tentar fazê-lo quebrar o silêncio garantido pela Justiça.
Eliziane Gama afirma que este é o depoimento mais esperado da CPMI, e que pode não ser apenas o primeiro do militar à comissão. Também não está descartada a convocação de familiares dele que “eventualmente” tenham cometido crime.
“A posição dele era estratégica, as ações dele eram ações estratégicas. Agora, não eram ações estratégicas pro erro, não deveriam ser pra burlar qualquer tipo de norma legal que temos hoje no Brasil”, diz se referindo ao que foi o objeto da ação da PF, de suposta inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 na carteira do ex-presidente, pagamento de contas com dinheiro em espécie, entre outros.
A senadora afirmou que a comissão quer entender como era a “autonomia dele” em realizar o trabalho a que foi atribuído e das ordens que atendia do ex-presidente.
Além de Mauro Cid, que pode ser reconvocado a depender do que informar hoje, a CPMI vai convocar o ex-ministro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, responsável pelo plano de segurança no dia 8 de janeiro. Torres já foi ouvido pela PF sobre o tema e está em liberdade provisória desde meados de maio.
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