Os deputados e senadores que fazem parte da CPMI que investiga os atos de 8 de janeiro no Congresso rejeitaram nesta terça (3) a convocação do coronel Sandro Augusto Sales Queiroz, comandante da Força Nacional de Segurança, por 14 votos contra e 10 a favor.
A votação do requerimento não estava prevista e foi colocada na pauta após uma discussão entre os participantes pelo agendamento de uma reunião nesta quarta (4), às 11h, para se discutir os últimos trabalhos da CPMI pelo presidente da comissão, deputado Arthur de Oliveira Maia (União Brasil-BA).
O agendamento foi anunciado no começo da sessão que vai ouvir o empresário Argino Bedin, apontado como um dos supostos financiadores dos atos que levaram à invasão e a depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Logo após, ele determinou que a reunião da próxima quinta (5) será a última de tomada de depoimentos, o que revoltou parlamentares.
Na próxima reunião, está marcada a oitiva do subtenente Beroaldo José de Freitas Júnior, que atuava no Batalhão de Policiamento de Choque da Polícia Militar do Distrito Federal (PM-DF).
A afirmação de que ele será o último ouvido pela CPMI provocou reação de participantes da comissão pela falta de votação de requerimentos de convocação de depoimentos e de quebra de sigilos financeiros – entre eles os do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O deputado Rogério Correia (PT-MG) foi o primeiro a reagir pedindo a convocação do ex-ministro Walter Braga Netto (PL), que foi candidato a vice de Bolsonaro na eleição de 2022.
Logo depois, o senador Izalci Lucas (PSDB-MG) também questionou, seguido de críticas dos deputados Alexandre Ramagem (PL-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e dos senadores Eduardo Girão (Novo-CE) e Soraya Thronicke (Podemos-MS).
Arthur Oliveira Maia decidiu colocar em votação um dos requerimentos pedidos, do comandante da Força Nacional, coronel Sandro Augusto Sales Queiroz, que também foi seguido de críticas e chamado de “autoritário” por Rogério Correia. Havia um acordo de que requerimentos de convocação seriam votados apenas após consenso entre os integrantes da comissão.
“Eu tenho procurado o tempo inteiro garantir o direito de minoria”, disse Maia, por conta da maioria governista da comissão.
Izalci Lucas cobrou, ainda, o depoimento de Flávio Dino por conta da negativa de envio das imagens do Ministério da Justiça no dia da invasão – que teria sigo negada por questões contratuais com a empresa de monitoramento de segurança – e dos alertas recebidos.
No entanto, os outros requerimentos não foram votados e Maia deu início ao depoimento de Bedin.
Pouco antes do início da sessão, Arthur de Oliveira Maia afirmou que o relatório de Eliziane Gama será analisado no dia 17 de outubro, e que a oposição vai apresentar um voto em separado.
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