As críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) predominaram nos últimos dias nas redes sociais em comparação às direcionadas ao bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). É o que mostra um levantamento realizado pela Quaest e divulgado nesta terça-feira (9). Neste final de semana, o empresário disse que não cumpriria as determinações do ministro Alexandre Moraes, que ordenou o bloqueio de perfis de investigados por supostos atos antidemocráticos.
Musk também sugeriu que o ministro “deveria renunciar ou sofrer impeachment”. Após a repercussão, o magistrado incluiu o bilionário no inquérito das “milícias digitais”. O embate movimentou as redes sociais e as críticas ao STF representam a maioria com 68% do total, contra 32% de críticas a Musk. Já fora do X, apesar de um percentual um pouco maior de críticas a Musk (37%), as críticas ao ministro e à Corte ainda são predominantes (63%).
A pesquisa teve como foco menções coletadas das principais plataformas (X, Instagram, Facebook e YouTube) e sites de notícias por API própria da Quaest. O levantamento foi realizado entre a meia-noite de 7 de abril e as 13h desta terça (9).
A Quaest destacou que o pico de menções ocorreu na noite de domingo (7), com a discussão entre os dois lados. No entanto, ao longo da segunda (8) e nesta manhã as críticas ao STF ganharam força, impulsionadas por personalidades e parlamentares de oposição ao governo Lula e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que defendem a liberdade de expressão e combate à censura.
Além disso, este grupo “utiliza o caso para impulsionar a convocação de Bolsonaro para manifestação em Copacabana, no dia 21/04, e pressiona o Congresso contra a regulamentação das redes sociais”, disse a Quaest.
Do outro lado, os críticos a Musk denunciam a interferência dele “na soberania brasileira e afirmam ser uma estratégia da extrema-direita para facilitar a propagação de fake news” pelas “milícias digitais”.
O Sleeping Giants Brasil (SGB) deu início a uma campanha de desmonetização do X para pressionar empresas a deixarem de anunciar na plataforma. Com isso, a hashtag #desmonetizatwitter está “crescendo e protagonizando as menções deste lado do debate”, segundo o levantamento. A Quaest apontou que a campanha está sendo impulsionada por diversas páginas e personalidades de esquerda.
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