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Aliado político da família Brazão, o ex-deputado e ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse ter “convicção” de que o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) não está envolvido no assassinado da ex-vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Torres. Apesar de demonstrar confiança em Brazão, Cunha reconheceu que o deputado deverá ser cassado.
A declaração foi dada em entrevista concedida à CNN Brasil, que teve trechos divulgados nesta sexta-feira (12).
“Cassação, eu não tenho a menor dúvida de que vai haver, se ele não venceu uma votação para sair da cadeia [...] Os parlamentares praticamente fizeram uma emenda constitucional dizendo que pode ter prisão preventiva de deputado”, afirmou Cunha ao se referir à votação da Câmara que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão.
Apontados como mandantes do crime contra Marielle e Anderson, o deputado Chiquinho Brazão, o seu irmão, Domingos Brazão, e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, foram presos no dia 24 de março de 2024 por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao falar sobre a relação com a família Brazão, Cunha se disse mais próximo do irmão do deputado, o Domingos Brazão.
“A minha relação se dá até mais com o irmão dele, Domingos. Eu fui deputado estadual com ele. Depois que eu vim para ser deputado federal, ele me apoiou nas eleições, e assim foi aumentando as dobradinhas eleitorais”, disse Cunha.
Cunha também comparou a cassação do seu mandato ao caso de Brazão. “Por que eu acabei cassado? Por que eles conseguiram me cassar? Porque me tiraram da Câmara antes, me afastando. Se eu tivesse continuado na Câmara, eu não teria sido cassado. Eu não tive a oportunidade de me defender”, disse.
Cunha ainda considerou insuficiente a oportunidade de defesa oferecida a Chiquinho Brazão durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara que precedeu a votação no Plenário.
“Ele falou na CCJ de cabeça raspada, de dentro do presídio. Esquece, aquilo é uma indignidade”, afirmou.
Por fim, Cunha se posicionou a favor do fim do foro privilegiado, o que impediria que investigações e mandados de prisões contra parlamentares partissem do STF.