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A Central Única dos Trabalhadores (CUT) promoveu um ato em frente à Embaixada argentina, em Brasília (DF), nesta quarta-feira (24), em solidariedade à greve geral convocada por militantes da esquerda argentina contra a política econômica do presidente Javier Milei.
Com faixas “Fora Milei”, um pequeno grupo de sindicalistas falou “contra a retirada de direitos e a repressão ao povo argentino”.
Vale lembrar que Milei herdou a Argentina do ex-presidente esquerdista, Alberto Fernández, com uma profunda crise econômica, onde 40% da população estava vivendo na pobreza em meio a uma inflação de mais de 140%.
“Não vai sair da nossa cabeça o apoio que nós recebemos dos trabalhadores argentinos durante a tragédia Bolsonaro que durou quatro anos no Brasil. A gente não vai esquecer do dia da vitória do Fernández erguendo o braço e chamando ‘Lula livre’ quando o presidente Lula era preso político em Curitiba, e não vamos esquecer a luta dos trabalhadores argentinos criando comitês ‘Lula livre’ na Argentina, que foi fundamental para provar a inocência do presidente e, hoje, ele poder governar o nosso país”, afirmou o presidente da CUT, Sérgio Nobre, ao destacar a “solidariedade de classe”.
A greve geral foi convocada na Argentina pela Confederação Geral do Trabalho (CGT). A entidade, que é ligada ao peronismo, protesta contra o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) assinado em 20 de dezembro por Milei, que desregulamenta a economia argentina e, entre outras coisas, incorpora medidas para tornar o mercado de trabalho mais flexível e afeta os serviços de saúde prestados pelos sindicatos.
Ao comentar sobre a greve geral, o governo argentino classificou o movimento como “sem sem sentido, uma complicação e um desperdício de dinheiro”. O governo Milei também acusou a CGT de tentar “complicar a vida dos demais argentinos e de ter interesses políticos”.
A paralisação, que ocorre desde às 12h (horário local, o mesmo de Brasília), desta quarta-feira (24), deverá seguir até o começo da madrugada desta quinta-feira (25) e afeta principalmente o transporte aéreo, que já conta com centenas de cancelamentos de voos da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas, e a atividade portuária, que foi interrompida em alguns terminais. A associação bancária também aderiu ao movimento peronista.
Foram registradas manifestações nas ruas de Buenos Aires e outras cidades, com milhares de pessoas se concentrando nos arredores da Praça do Congresso, onde membros da CGT discursam contra as medidas do governo libertário.