Aliados do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), parlamentares e membros da sociedade saíram em defesa do parlamentar e criticaram a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o mandato do ex-procurador que conduziu as investigações da Operação Lava Jato, na noite desta terça (16).
Entre os principais aliados de Dallagnol, o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) se disse “estarrecido” com a cassação. Moro era o juiz responsável pelos processos da Lava Jato em Curitiba, enquanto que Dallagnol coordenava a força-tarefa da operação.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) repostou no Twitter a mensagem de Moro e disse estar “muito triste” e orando por Dallagnol.
O colega de Câmara, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), reforçou a aprovação da candidatura de Dallagnol pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) e classificou a decisão como um “absurdo jurídico que só partidários de uma ditadura conseguem defender”.
“Nós alertamos sobre isso em 2022, alguns acham que é brincadeira ou loucura dos ‘extremistas’. O rei está nu, mas não podemos perder a esperança”, completou na rede social.
Correligionária de Bolsonaro no parlamento, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) reforçou que Dallagnol não tinha nenhum Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD) em tramitação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), como alegou o TSE.
Pelo Twitter, a parlamentar registrou um trecho da legislação que versa sobre a inelegibilidade de membros do Ministério Público, que não se encaixaria no caso de Dallagnol.
“'Todo poder emana do povo'. Será? Infelizmente o que temos presenciado nos tempos atuais é um profundo desprezo de togados e até de certos políticos pelo voto. Respeito ao voto só de aliados do sistema. Isso não é democracia”, completou.
Também colega de Dallagnol na Câmara dos Deputados, Mario Frias (PL-SP) afirmou que o mandato de Dallagol foi cassado "a pedido do PT e seus aliados", mesmo sem haver nenhum processo disciplinar aberto no CNMP quando ele deixou o Ministério Público”.
“Deltan foi eleito democraticamente e, hoje, não apenas uma voz honesta foi silenciada, mas também mais de 300 mil vozes que o elegeram. Um representante legítimo do povo sendo arrancado à força do parlamento é um escárnio”, completou.
Já o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) classificou a cassação como “perseguição política” e o “retrato de um país que pune quem combate a corrupção e tem como presidente um sujeito que liderou o governo mais corrupto da história do país. É o poste mijando no cachorro”, disparou.
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) foi mais sucinto no comentário sobre a decisão do TSE, mas disparou que “é só cassar todo mundo que não tem oposição. Bem democrático”.
O presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, classificou como uma "ironia escandalosa" a cassação de uma candidatura "barrada pela Lei da Ficha Limpa".
"Quem combate a corrupção é cassado, enquanto o corrupto governa. Um dos dias mais vergonhosos da nossa democracia -- se é que ainda somos uma", completou.
Ex-parlamentares criticam decisão do TSE
Além dos atuais integrantes da Câmara dos Deputados, ex-parlamentares também saíram em defesa de Dallagnol. O ex-deputado federal Paulo Ganime (Novo-RJ), que se candidatou ao governo do estado do Rio de Janeiro no ano passado, afirmou que Deltan “não representa apenas seus 345 mil eleitores. Ele também me representa”, em referência à quantidade de votos que o parlamentar teve no Paraná.
A também ex-deputada Janaina Paschoal disse que Deltan “não desviou recursos públicos, não recebeu de agentes privados para punir inocentes, nem para liberar culpados, mas foi cassado com base na Lei da Ficha Limpa, que raramente barra quem realmente comete crimes”.
“Depois desse caso, qualquer pessoa com potencial político pode ser podada, mediante o simples expediente de propor processos administrativos vazios. Pesado, essa a palavra que não me sai da mente”, classificou a decisão do TSE.
Além de parlamentares e ex-parlamentares, membros da sociedade civil também defenderam Dallagnol da cassação pelo TSE. O economista Ricardo Amorim disse que “no Brasil, quem tenta combater corrupção que é punido”.
“Deltan Dallagnol, deputado federal mais votado do Paraná, tem mandato cassado por unanimidade pelo TSE, a pedido do PT e aliados, mesmo sem nenhum processo disciplinar aberto no CNMP quando saiu do MP. Os dois a que respondeu - um por criticar o STF, outro por criticar Renan Calheiros - já tinham sido encerrados muito antes”, completou.
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF