Representação de Deltan Dallagnol diz que Haddad divulgou suposta fake news sobre insegurança alimentar nos governos anteriores de Lula.| Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil
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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) pediu à Advocacia-Geral da União (AGU), na noite desta quarta (15), que apure uma suposta “propagação de fake news” por parte do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante a participação em um evento promovido mais cedo pelo banco BTG Pactual, em São Paulo.

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Na representação divulgada nesta quinta (16), Dallagnol diz que uma das falas do ministro no evento “carece de evidências e espalha desinformação para a população”.

Ele se refere à citação de Haddad de que “com meio por cento do PIB acabamos com a fome entre 2003 e 2010 [duas primeiras gestões de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República]; ninguém mais ouvia falar, você não via criança no sinaleiro, no sinal de trânsito; não tinha mais. Hoje você está com 1,7% do PIB, e não consegue resolver o problema”.

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O deputado afirma que notícias publicadas no período citado contradizem a fala do ministro. Dallagnol cita um trecho de uma reportagem que cita que “11 milhões de brasileiros passavam fome (insegurança alimentar grave), incluindo crianças, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2009 sobre Segurança Alimentar”.

Deltan também afirma que o “Censo de Crianças e Adolescentes em situação de Rua na Cidade de São Paulo”, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, mostram que, em 2007, “somente na cidade de São Paulo/SP - onde o ministro foi prefeito -, aproximadamente 1.842 crianças e adolescentes viviam em situação de rua. Quase metade dessa população (44,2%) não exercia qualquer atividade geradora de renda e nem praticava mendicância: estavam parados, sentados ou andando e alguns poucos (1,1%) se drogavam”.

“A divulgação de falas como as feitas hoje [quarta, 15] pelo ministro da Fazenda, que, por razão de seu cargo, têm grande repercussão na imprensa e nas redes sociais, traz desinformação para a sociedade e mascara problemas sociais graves que ainda assolam grande parte do país e que nunca foram inteiramente solucionados, ao contrário do alegado pelo ministro”, diz Dallagnol na representação.

O Ministério da Fazenda afirmou, à reportagem, que não vai se manifestar sobre a representação do deputado.

A apuração foi pedida por Dallagnol à recém-criada Procuradoria de Defesa da Democracia, setor da AGU responsável por ações contra divulgação de informações falsas nas redes sociais.

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