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Críticas

Dallagnol rebate Gilmar Mendes, do STF, e diz que ministro vota por absolvição de corruptos

Deltan Dallagnol
Ministro do STF criticou atuação de Deltan Dallagnol na condução dos trabalhos da forta-tarefa da Operação Lava Jato. (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) rebateu as declarações dadas pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite desta segunda (8), em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura.

Em uma nota divulgada à imprensa na manhã desta terça (9), Dallagnol disse que Mendes “nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia”.

Mendes criticou a atuação do agora parlamentar quando era procurador federal na condução das investigações da Operação Lava Jato que levaram à prisão o então ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), alegando que Dallagnol e o então juiz federal Sérgio Moro combinavam as ações da força-tarefa. O magistrado também afirmou que a instituição da chamada “delação premiada” teria tido o texto da lei escrito por ambos, "sem parâmetros" e de "má redação" e ainda disse que Curitiba "tem o gene do fascismo".

Em resposta, Dallagnol afirmou: “Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin”, disse.

Dallagnol também disse que o ministro “destila um ódio que mostra o que há em seu coração”, com uma mensagem “perversa e avessa ao que é justo, moral e ético”, com palavras que provocam uma “inversão de valores que injuriam os brasileiros”.

O deputado federal afirmou, ainda, que não luta “contra o ministro Gilmar”, mas a “favor do que é certo” e que seguirá lutando “contra a corrupção e a injustiça”. Por fim, Deltan Dallagnol rebateu outra afirmação feita pelo magistrado no programa, de que Curitiba “gerou Bolsonaro” e “tem o germe do fascismo”. Segundo o parlamentar, a capital paranaense “não tem sangue (ou sobrenome) de barata”, finalizou na nota.

Além de Dallagnol, o senador Sérgio Moro também se pronunciou sobre as falas, mas com uma curta postagem no Twitter. “Não tenho a mesma obsessão por Gilmar Mendes que ele tem por mim. Combati a corrupção e prendi criminosos que saquearam a democracia. Não são muitos que podem dizer o mesmo neste país”, disse.

Veja abaixo o que diz a nota completa de Deltan Dallagnol contra as declarações de Gilmar Mendes.

“Gilmar Mendes nunca respeitou a liturgia do cargo, vedações da lei da magistratura, regras de suspeição, distanciamento dos réus nem compreendeu o papel do combate à corrupção para a preservação da democracia.

Enquanto procura falhas na Lava Jato, o ministro tenta coar agulhas, mas engole camelos, votando sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos, contra os votos técnicos de ministros como Edson Fachin.

O ministro destila um ódio que mostra o que há em seu coração. Sua mensagem é perversa e avessa ao que é justo, moral e ético. Suas palavras ilustram a inversão de valores que injuriam os brasileiros.

Há muitas questões que o Ministro Gilmar precisa responder: o senhor já ligou para redações pedindo a cabeça de jornalistas? Já ligou para universidades pedindo a cabeça de acadêmicos cujo trabalho lhe desagradou? Já ligou para políticos para fazer indicações? Ligou para ministros de outros tribunais para influenciar votos?

Minha luta não é contra o ministro Gilmar, mas é a favor das pessoas e do que é certo, por amor. Seguirei em frente buscando servir às pessoas e cumprir um propósito de vida maior de amor ao próximo. Seguirei lutando contra a corrupção e a injustiça, ainda que isso exija me posicionar contra a atitude de poderosos que tentam mandar no Brasil.

Finalizo com uma homenagem a Curitiba, capital do meu coração, onde casei com minha esposa e nasceram meus filhos. Nossa cidade é e continuará sendo luz para o país e o mundo. A aversão que alguns tem à bela República de Curitiba é porque o povo paranaense não tem sangue (ou sobrenome) de barata”.

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