Em postagem recente no Twitter, a ministra Damares Alves, da Mulher, Família e Direitos Humanos, sugeriu que topou um desafio da Confederação Brasileira de Paraquedismo para fazer um salto de paraquedas, em setembro. O objetivo é promover a campanha "Acolha a Vida", que visa prevenir o suicídio e a automutilação entre jovens. A assessoria da ministra confirmou que há a intenção de realizar o salto, mas não precisou a data do evento.
A prevenção ao suicídio é uma das bandeiras mais importantes do atual governo no campo dos direitos humanos. Além do "Acolha a Vida", lançado em abril, o governo já instituiu a Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que torna compulsória a notificação de suicídio e automutilação por instituições de ensino e estabelecimentos de saúde, criou um grupo de trabalho sobre o tema dentro do ministério e lançou o Observatório Nacional da Família, que tem como um dos objetivos colher dados sobre suicídios de jovens.
No fim de julho, o ministério de Damares lançou, em Suzano (SP), um projeto-piloto do "Acolha a Vida". O programa dá capacitação a educadores, conselhos tutelares, profissionais de saúde, psicólogos, bombeiros e profissionais de comunicação sobre como lidar com a questão do suicídio.
No mês que vem, quando se celebra o Setembro Amarelo, campanha anual de prevenção do suicídio no Brasil, o projeto deve chegar a Teresina (PI), Macapá (AP) e Divinópolis (MG), segundo a Secretaria Nacional da Família, órgão da pasta com maior responsabilidade sobre o "Acolha a Vida". Os municípios recebem o treinamento e se comprometem a produzir materiais relacionados ao tema.
A atriz e empresária Luiza Brunet é uma das parceiras da campanha e produziu material audiovisual para o ministério sem cobrar cachê. A Secretaria da Família diz que outras duas celebridades nacionais já toparam participar da campanha, mas não quis revelar quais.
Com a nova Política Nacional de Prevenção da Automutilação e do Suicídio, que vai obrigar escolas e postos de saúde a notificar o governo sobre casos do tipo, a pasta de Damares espera compor um banco de dados unificado sobre esses eventos. Para fazer as notificações, o governo disponibilizará um número telefônico – possivelmente, o Disque 100, central telefônica que atende denúncias de violações aos direitos humanos.
Outra fonte de dados sobre suicídios será o Observatório Nacional da Família, órgão da Secretaria Nacional da Família que fará estudos sobre os fatores que influenciam alterações nos índices de automutilação e suicídio. Segundo a Secretaria, o aumento relevante nos casos de suicídio entre jovens brasileiros nos últimos anos foi o que alertou o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos sobre a importância de prevenir o suicídio entre jovens. Um estudo recente da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) diz que o suicídio entre pessoas de 10 a 19 anos aumentou 24% entre 2006 e 2015 nas seis maiores cidades do Brasil.
Além dos programas já citados e da mudança na legislação, uma das propostas da ministra Damares Alves para ajudar a resolver o problema é a inclusão de disciplinas sobre combate ao suicídio e automutilação na grade curricular de instituições de ensino. Outro ponto importante para o ministério é instruir as famílias por meio de campanhas. Segundo a Secretaria da Família, a rapidez em identificar a tendência ao suicídio é essencial para preveni-lo, e a família, por ter proximidade com os jovens, é essencial nesse ponto.
Como o uso das redes sociais e da internet têm relação com diversos casos de suicídio, o governo também tem buscado diálogo com o Google e Facebook. Damares recebeu representantes das duas empresas no ministério em fevereiro deste ano. Depois da reunião com o Google, o ministério se tornou o primeiro órgão público do Brasil a ganhar o status de revisor confiável do YouTube – o que facilita, por exemplo, que a pasta indique ao Google a necessidade de retirar um vídeo potencialmente nocivo para pessoas com tendência ao suicídio.
Damares tem pressa em relação aos resultados de suas políticas. Em maio, a ministra afirmou que espera uma diminuição nos índices de suicídio entre jovens no Brasil ainda para este ano.
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