A defesa do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, entrou na Justiça para que ele não tenha de devolver o equivalente a R$ 87,5 mil em salários recebidos no período em que esteve preso no âmbito das investigações dos atos de 8 de janeiro de 2023. Torres atuou, ainda, como ministro da Justiça do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
De acordo com o pedido feito pelos advogados Eumar Novacki e Ricardo Peres, o Supremo Tribunal Federal (STF) já proferiu uma decisão anterior considerando irregular a suspensão de pagamentos em virtude de prisão preventiva sem uma condenação final de um processo.
“A suspensão de vencimentos em virtude de prisão preventiva, sem o trânsito em julgado da sentença condenatória, atenta contra os princípios da presunção de inocência e da irredutibilidade dos vencimentos do servidor público”, expressam os advogados no despacho a que a Gazeta do Povo teve acesso nesta terça (6).
A defesa afirma, ainda, que Torres “sequer foi denunciado”, e que o Ministério Público Federal (MPF) arquivou recentemente o inquérito civil em que ele é citado por envolvimento nos atos.
“A determinação de ressarcimento ocorrida na espécie vulnerou direitos e garantias fundamentais do autor, especialmente a presunção de inocência, visto que, antes mesmo da sentença penal condenatória ser proferida, o mesmo já vem experimentando os seus efeitos deletérios”, completam.
“[A defesa requer uma] tutela de urgência para suspender a exigibilidade da cobrança realizada pela União, impedindo inclusive a realização de quaisquer atos diretos ou indiretos tendentes à cobrança do suposto débito, como a inscrição em dívida ativa, no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN), em cadastro de inadimplentes, o protesto em cartório ou deflagre novo processo de cobrança da dívida, nos temos da fundamentação”, afirmam os advogados.
A determinação para Torres devolver os salários foi dada em julho do ano passado pelo setor de gestão de pessoas do Ministério da Justiça, que questionou a Advocacia-Geral da União (AGU) sobre como proceder o pagamento da remuneração durante a prisão cautelar dele. O entendimento da União foi de que ele teria de devolver os valores recebidos.
Vai piorar antes de melhorar: reforma complica sistema de impostos nos primeiros anos
Nova York e outros estados virando território canadense? Propostas de secessão expõem divisão nos EUA
Ação sobre documentos falsos dados a indígenas é engavetada e suspeitos invadem terras
“Estarrecedor”, afirma ONG anticorrupção sobre Gilmar Mendes em entrega de rodovia
Triângulo Mineiro investe na prospecção de talentos para impulsionar polo de inovação
Investimentos no Vale do Lítio estimulam economia da região mais pobre de Minas Gerais
Conheça o município paranaense que impulsiona a produção de mel no Brasil
Decisões de Toffoli sobre Odebrecht duram meses sem previsão de julgamento no STF