Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediram ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que devolva o passaporte apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, no começo de fevereiro, que mirou ele, ex-ministros, ex-assessores, aliados e militares na investigação que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado.
O pedido foi feito na última segunda (25) e tornado público nesta quinta (28) pelo advogado Fabio Wajngarten, que faz parte da equipe de defesa de Bolsonaro. A justificativa para a devolução do passaporte é de que o ex-presidente recebeu um convite oficial do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, para visitar o país com a família entre os dias 12 e 18 de maio.
“Como é de domínio público, faz parte da atividade política o relacionamento internacional bem como ampliar o diálogo com lideranças globais”, afirmou Wajngarten.
A equipe de defesa escreveu na petição que “é crucial ressaltar que a autorização para esta viagem não acarreta qualquer risco ao processo [da investigação que levou à operação], especialmente considerando os compromissos previamente agendados no Brasil, que demandam a presença do peticionário após o seu retorno de Israel”.
“Esta circunstância não apenas atesta a responsabilidade e comprometimento do solicitante com suas obrigações locais, mas também reforça a natureza transitória e temporária da viagem em questão”, completa a petição que contém o convite de Netanyahu em anexo.
A Gazeta do Povo procurou o STF para pedir uma posição sobre o andamento do pedido feito pela defesa de Bolsonaro e aguarda retorno.
O pedido para a devolução do passaporte foi protocolado no mesmo dia em que foi revelado pelo jornal The New York Times que Bolsonaro passou dois dias abrigado na embaixada da Hungria em fevereiro, pouco depois da deflagração da Operação Tempus Veritatis.
Nesta quarta (27), a defesa dele enviou ao STF uma explicação sobre a estadia pedida por Moraes, afirmando que ele tratou de “assuntos estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”, negando que houve algum pedido de asilo ou tentativa de fuga.
Este é o segundo pedido da defesa de Bolsonaro para devolver o passaporte. O primeiro foi feito quase uma semana depois da operação policial de fevereiro, em que o advogado Paulo Cunha Bueno classificou a apreensão como "absurda" e que o ex-presidente "nunca deu qualquer indício de que se evadiria".
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