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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, na noite de quinta (9), que o ex-presidente teve acesso à suposta “minuta de golpe” por meio do seu advogado, Paulo Cunha Bueno, que teria enviado o documento pelo celular. Segundo os advogados, a minuta já estava sob investigação da Polícia Federal (PF) desde a apreensão do telefone celular do ex-ajudante de ordens dele, o tenente-coronel Mauro Cid.
Em nota, a defesa afirmou que a minuta já fazia parte das investigações, e após ser divulgada pela imprensa, eles tiveram acesso ao documento. Bueno teria enviado o arquivo ao ex-presidente, que preferiu imprimir para facilitar a leitura e que a impressão “provavelmente” permaneceu no mesmo local onde foram cumpridos os mandados de busca e apreensão mais cedo, na sede do PL em Brasília.
“Trata-se, portanto, de documento que já integrava a investigação há tempos e cujo acesso foi dado ao ex-Presidente por seu advogado, vez que, repita-se, desconhecia, até então, sua existência e conteúdo”, afirmou a defesa do ex-presidente.
O advogado reforçou em vídeo que o documento não implicava Bolsonaro em um golpe de Estado, mas era “uma minuta que se encontrava armazenada no telefone celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, e que, por ocasião de sua prisão, havida em maio do ano passado, foi objeto de apreensão”, explicou Bueno na gravação.
Além de explicar a apreensão do documento, a defesa de Bolsonaro também criticou a apreensão do passaporte dele, afirmando que foi “desnecessária e afastada dos requisitos legais e fáticos que visam garantir a ordem pública e o regular andamento da investigação”.
“O ex-presidente jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam”, diz um trecho da nota.
A operação da PF mirando Bolsonaro e seus aliados foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em que o magistrado alegou que o ex-presidente teria participado da redação de um decreto para a prisão de autoridades e convocação de novas eleições, citando interferência do Judiciário no Executivo.