Áudios atribuídos a Mauro Cid revelam insatisfação com investigações baseadas na delação premiada firmada com a PF.| Foto: André Borges/EFE
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deve pedir ao longo do dia, nesta sexta (22), a retirada do sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid após o vazamento de críticas à Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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As críticas foram vazadas na noite desta quinta (21), pela revista Veja, em áudios atribuídos a Cid de que foi pressionado pela PF para fazer a delação e que os investigadores “não queriam saber a verdade”. Ele afirmou, ainda, que a autoridade estaria “com a narrativa pronta” e que Moraes “é a lei” que “prende e solta quando quiser”.

Pelas redes sociais ainda durante a madrugada, o advogado Fabio Wajngarten, que faz parte da equipe de defesa de Bolsonaro, disse que foi surpreendido pelos áudios e que “tantas possibilidades que podem ter ocorrido”. Ele afirmou, ainda, que há um “potencial jogo duplo” de Cid com a delação.

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“Ao longo da semana a própria imprensa já vinha retratando uma possível discrepância entre o que o Cid falava versus o que estava no papel. Isso é gravíssimo. O levantamento do sigilo das gravações dos depoimentos dele, na íntegra, poderá dirimir potenciais dúvidas e dará a transparência necessária para a elucidação de parte dos fatos”, disse afirmando que a defesa tomará as devidas providências ao longo do dia.

Por conta das críticas, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo no STF, determinou que Mauro Cid seja ouvido à tarde pelo juiz instrutor do caso, desembargador Airton Vieira, segundo confirmou a Corte à Gazeta do Povo.

A audiência será acompanhada pela defesa de Cid e por representante da Procuradoria-Geral da República (PGR). A reportagem procurou o advogado Cezar Bittencourt, que defende o tenente-coronel, e aguarda retorno.

Cid relatou no áudio, a um interlocutor desconhecido, que estava insatisfeito com os desdobramentos das investigações, como a que levou à deflagração da Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, que mirou Bolsonaro, ex-ministros, ex-assessores, aliados e militares sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado.

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Também haveria uma insatisfação após Cid e a esposa terem sido indiciados, nesta semana, no inquérito que apura a suposta adulteração da carteira de vacinação do ex-presidente, da esposa Gabriela Cid e das filhas. À Gazeta do Povo, Bittencourt também relatou a insatisfação, dizendo que ia contra o acordo de delação premiada firmado com a PF.

“Ninguém perdeu carreira, ninguém perdeu vida financeira como eu perdi. Todo mundo já era quatro estrelas, já tinha atingido o topo, né? O presidente teve Pix de milhões, ficou milionário, né?”, afirmou o tenente-coronel no áudio.

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