A defesa do ex-ministro Anderson Torres pediu a anulação de dois processos disciplinares na Polícia Federal (PF) que podem levar à demissão dele na corporação. Torres é acusado de omissão nos atos do dia 8 de janeiro.
No documento entregue à PF, os advogados também pedem a suspeição do delegado Clyton Eustáquio Xavier, que analisa os processos de Torres, para que ele seja declarado impedido para julgar o caso. Segundo a defesa, Xavier teria interesse em “desfecho processual mais prejudicial”, porque ele foi exonerado por Torres.
Na época da exoneração em 2021, Xavier ocupava o cargo de diretor de operações da Secretaria de Operações Integradas da PF e perdeu uma remuneração mensal de R$ 14 mil. Anderson Torres era ministro da Justiça do governo Bolsonaro.
“É, no limite, inegável e notória a inimizade que o presidente da Comissão tem pelo acusado”, dizem os advogados no documento apresentado.
A defesa de Torres também aponta que o delegado não levou em consideração as provas e testemunhos apresentados e pede a instauração de processo contra o presidente da comissão por ele não ter se declarado impedido de presidir a investigação.
A Gazeta do Povo entrou em contato com a PF para saber mais informações sobre o processo contra Anderson Torres, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para atualização.
Em fevereiro deste ano, o Ministério Público Federal (MPF) arquivou um inquérito civil que investigava o ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, por suposta contribuição para o atos de 8 de janeiro de 2023.
Anderson Torres foi preso no dia 14 de janeiro de 2023 por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Em maio do ano passado, a sua prisão foi convertida em “medidas alternativas” mediante o uso de tornozeleira eletrônica. O ex-ministro continua sendo investigado criminalmente, com a ação tramitando no STF, sob a relatoria de de Moraes.
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