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O advogado de Mauro Cid também tentou implicar Bolsonaro ao classificar sua postura na reunião como “arbitrária” e “prepotente”.
O advogado de Mauro Cid também tentou implicar Bolsonaro ao classificar sua postura na reunião como “arbitrária” e “prepotente”.| Foto: Isac Nóbrega/Secom

Cezar Bittencourt, advogado que representa o tenente-coronel Mauro Cid, sugeriu que a Polícia Federal (PF) errou ao não perguntar sobre o vídeo da reunião entre o  ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e ministros, que foi encontrado no celular de Cid, ex-ajudante de Ordens do ex-presidente.

Divulgado esta semana, o vídeo da reunião tem sido usado para reforçar a narrativa de uma suposta “tentativa de golpe” por parte de membros do governo Bolsonaro antes do segundo turno das eleições de 2022.

A defesa de Cid tem sido questionada se a divulgação tardia do vídeo não poderia anular a delação do ex-ajudante de Ordens, uma vez que o vídeo da reunião entre o ex-presidente e seus ministros traria “novas revelações”. Como a gravação do vídeo tem sido atribuída a Cid, isso poderia desqualificar sua delação, uma vez que ele, em tese, teria omitido informações referentes à reunião.

O advogado, no entanto, nega que Cid tenha sido o responsável pela gravação e sugere que a PF é quem deveria ter questionado sobre o arquivo encontrado pelos investigadores no celular do militar.

"Quando eu sou réu, sou investigado, e a autoridade policial me chama lá para ser ouvido, vou com o meu advogado —o melhor que eu tiver— e vou responder as perguntas que eles me fizeram. Ponto, acabou. São anos de fatos, de acontecimentos, de coisas. Como é que eu vou lembrar? Quem tem de perguntar são as autoridades. Se você quer saber, eles fazem um rol de perguntas, centenas delas. Por horas e horas, lá, dando depoimentos. Eu vou lembrar? Vou ter que lembrar de detalhes de uma coisa? Quem tem que lembrar é quem investiga. Chama-se investigação. Eles investigam. Se alguém errou, falhou, foram eles”, disse o advogado à Folha de São Paulo, neste sábado (10).

Bittencourt também tentou implicar Bolsonaro ao classificar sua postura na reunião como “arbitrária” e “prepotente”.

"Ninguém fala, e ele tentando armar, deu para ver. Eu adorei ouvir aquela audiência, a balbúrdia, a prepotência", disse o advogado ao afirmar que a divulgação do vídeo “não muda nada” em relação ao acordo de delação firmado por Cid.

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