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A defesa da família Mantovani voltou a pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (4), acesso às imagens de câmeras de segurança do Aeroporto Internacional de Roma, na Itália, que mostram a confusão envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, em julho de 2023.
O empresário Roberto Mantovani Filho, a esposa dele, Andreia Munarão, e o genro do casal, Alex Zanatta Bignotto, foram indiciados pela Polícia Federal nesta segunda (4) por suposta calúnia contra o magistrado. As imagens do caso seguem em sigilo.
No ano passado, Moraes relatou que teria sido chamado de “bandido”, “comunista” e “comprado” pelos três brasileiros enquanto estava no aeroporto. Segundo a representação enviada pelo ministro à PF, seu filho, Alexandre Barci de Moraes, teria tomado um tapa de Mantovani.
O advogado Ralph Tórtima, que representa o trio, pediu que seja realizada uma perícia nas gravações para analisar o momento em que o filho do ministro, Alexandre Barci de Moraes, “se direciona aos investigados”.
“Requer-se a elaboração de perícia nas imagens extraídas do Aeroporto Internacional de Roma, de sorte a que sejam apontados os momentos em que cada um dos investigados está próximo ao Ministro Alexandre de Moraes", diz a petição.
"Também, que essa perícia se atenha aos momentos em que seu filho Alexandre Barci de Moraes se direciona aos investigados, esclarecendo, inclusive, se ele realiza gesticulações ofensivas ou mesmo se realiza algum ato de agressão, principalmente em relação ao investigado Roberto Mantovani Filho”, acrescentou a defesa no documento.
O advogado solicitou ainda o acesso a eventuais mensagens e postagens supostamente identificadas no celular do empresário.
Novo delegado defende indiciamento da família
Em fevereiro, a PF havia concluído a investigação sem indiciar ninguém. Após analisar o relatório, o ministro Dias Toffoli devolveu o inquérito e mandou a PF aprofundar as investigações sobre a confusão. Ele atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
A apuração foi redistribuída a um novo delegado, Thiago Severo de Rezende, que discordou da posição anterior da corporação, defendida pelo delegado Hiroshi de Araújo Sakaki.
Rezende considerou que "mesmo que não se tenha o áudio relativo às imagens obtidas, todas as circunstâncias que envolvem o fato vão de encontro com a versão apresentada pelos agressores".
No novo relatório, ele indiciou a família por suposto crime de calúnia contra Moares. Agora, cabe à PGR analisar o documento e decidir se dá continuidade ou arquiva o caso.
Defesa diz que delegado fez "ilações" pessoais em relatório
Tórtima destacou que Rezende não apresentou novas provas e “elaborou novo relatório absolutamente contraditório” ao apresentado pela PF em fevereiro.
Para a defesa, o atual responsável pelo caso “surpreendeu e extrapolou em muito os limites do trabalho investigatório, fazendo ilações, assertivas absolutamente subjetivas e decorrentes, unicamente, da sua interpretação pessoal de imagens que nem sequer possuem áudio!”.
O advogado afirmou que “houve tendenciosa seleção de algumas poucas imagens, para se chegar a uma conclusão já de antemão pretendida e que, na visão dos investigados, é absolutamente inconcebível diante da real dinâmica dos fatos”.
“Curiosamente, na representação inicial formulada pelo ilustre Ministro [Alexandre de Moraes], que ocupa a condição de vítima, somente são atribuídas ofensas objetivas por parte da pessoa de Andréa Munarão. A Roberto e Alex não é atribuída qualquer menção objetiva de ofensa!”, argumentou a defesa.