Desmatamento na Amazônia, em uma área no estado do Pará.| Foto: Ronan Frias/Semas-PA/Fotos Públicas
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No ano em que o Brasil recebe a COP-30, a degradação no território da Amazônia Legal bateu recordes e o desmatamento registrou aumento no mês de fevereiro. A área degradada na região chegou a 33,8 mil quilômetros quadrados, número seis vezes maior que o registrado no mesmo período no ano passado, quando 5,8 mil quilômetros quadrados foram impactados. Os dados são do instituo Imazon e foram divulgados nesta semana.

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A degradação florestal é causada pelas queimadas e pela extração de madeira e pode ter impactos prejudiciais à vegetação e ao solo que podem se tornar irreversíveis. Somente no mês de fevereiro, a degradação da Amazônia Legal atingiu uma área de 211 quilômetros quadrados, o maior da série histórica e 15 vezes maior que o registrado no mesmo mês em 2024.

De acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), do Imazon, os números são tidos como preocupantes, especialmente porque a região não passa pelo período de seca, quando a área, historicamente, sofre com as queimadas. O calendário do Desmatamento do Imazon leva em consideração os índices registrados entre agosto e fevereiro.

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A Amazônia Legal é uma região geográfica criada para fins de planejamento e preservação da flores. Ela abrange uma área de cerca de 5,2 milhões de quilômetros quadrados e inclui nove estados brasileiros que possuem território na maior parte da floresta Amazônica. São eles: Acre, Amazonas, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Mato Grosso, Tocantins e parte do estado do Maranhão.

“Não seria bom para o Brasil, em um ano tão decisivo como o da COP 30, fechar este calendário com números em alta. O governo, e órgãos de fiscalização precisam agir agora para reverter essa tendência e mostrar ao mundo um compromisso real com a preservação da Amazônia”, observa Carlos Souza Jr, coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia do Imazon.

O sistema utilizado pela Imazon detecta áreas desmatadas através de imagens de satélites de toda a Amazônia Legal. O SAD foi desenvolvido pelo instituto em 2008 e reporta mensalmente o ritmo da degradação e de desmatamento na região.

Desmatamento também teve aumento neste ano

Os índices de desmatamento na região da Amazônia Legal também tiveram aumento em 2025, de acordo com o Imazon. Seguindo as informações referentes ao período entre agosto e fevereiro, houve um aumento de 17% no desmatamento e a derrubada da vegetação da região alcançou 2,1 mil quilômetros quadrados, na comparação com o mesmo período em 2024.

Para fins comparativos, a região que foi desmatada neste período representa uma área maior que toda a cidade de São Paulo. "Esse cenário reforça a necessidade de intensificar as medidas de monitoramento e controle para conter o avanço do desmatamento antes da chegada dos meses secos, quando historicamente os índices desse problema ambiental aumentam significativamente", informa o relatório do Imazon.

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Quando se observa apenas o mês de fevereiro, o desmatamento atingiu uma área de 119 quilômetros quadrados, um aumento de 2% em relação ao ano passado. Os dados coletados também mostram que três estados concentraram 82% desmatamento da Amazônia Legal. Os estados mais afetados em fevereiro de 2025 foram Roraima (37%), Mato Grosso (34%) e Pará (11%).

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a questão ambiental entre as principais pautas do seu governo, mas tem patinado em ações de combate às queimadas e ao desmatamento em florestas nacionais. No último ano, inclusive, as regiões devastas pelas queimadas no Brasil bateram recordes e se tornaram uma crise para o governo. Agora a gestão petista corre para implementar medidas eficazes a tempo da COP-30, que o governo brasileiro sedia em novembro, em Belém (PA).

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]