Ouça este conteúdo
O delegado da Polícia Federal Valdecy Urquiza venceu nesta terça-feira (25) a eleição para ser o próximo secretário-geral da Interpol. Ele será o primeiro brasileiro a comandar a instituição. A escolha ocorreu no âmbito do Comitê Executivo da Interpol, em Lyon, na França.
A indicação do comitê precisa ser ratificada pela Assembleia-Geral da organização, marcada para novembro. O comando da Interpol, em um século de existência, sempre foi ocupado por representantes de países europeus e americanos.
“Trata-se da primeira vez, em cem anos de história da Interpol, que a organização será comandada por nacional de um país em desenvolvimento”, disseram os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça, em nota conjunta.
Atualmente, Urquiza é diretor de Cooperação Internacional da Polícia Federal. Desde 2021, ele atua como vice-presidente para as Américas do Comitê Executivo da Interpol. O mandato como secretário-geral será de 2024 a 2029. Entre 2018 e 2021, o delegado exerceu o cargo de diretor Adjunto para Comunidades Vulneráveis da organização.
Nascido em São Luís (MA), ele tem 43 anos e é delegado da Polícia Federal desde 2007. Segundo o governo, a “exitosa” campanha pela eleição de Urquiza foi “fruto de estreita coordenação” entre os ministérios das Relações Exteriores e da Justiça e a Polícia Federal.
“A eleição do delegado Urquiza reflete a alta prioridade atribuída pelo governo brasileiro ao combate ao crime organizado transnacional, que tem na cooperação internacional, crescentemente, uma dimensão essencial”, diz o comunicado.
O governo destacou que a eleição “representa, ademais, o reconhecimento, pela comunidade internacional, do profissionalismo e da competência da Polícia Federal brasileira no enfrentamento à criminalidade, bem como de sua relevante contribuição ao trabalho da Interpol”.
Para a eleição, Urquiza defendeu a “promoção da diversidade e da modernização da Interpol, bem como no fortalecimento da transparência e da integridade da organização, com vistas a reforçar seu papel crucial na cooperação policial e no combate ao crime em todo o mundo”.