O líder do PSL na Câmara,. Delegado Waldir. Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados| Foto:

A apenas um dia da votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, o líder do PSL na Casa, Delegado Waldir (GO), criticou nesta segunda-feira (22) a condução da articulação política do governo do presidente Jair Bolsonaro que, em tese, deveria ser costurada pelo titular da Casa Civil, ministro Onyx Lorenzoni. Ele também afirmou que o presidente tem de "dar um basta" na influência do escritor e ideólogo Olavo de Carvalho no governo – a quem chamou de "louco do dia".

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"O PSL tem feito sua parte, mas não tem culpa se o Onyx não criou a base [do governo no parlamento]. Venho falando há tempos que o governo não tem base no Congresso", disse o líder em entrevista à Rádio Eldorado.

As declarações do Delegado Waldir ocorrem apenas dois dias depois de o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo (PSL-GO) também admitir que a base de Bolsonaro no Congresso "simplesmente não existe".

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O problema militar na reforma da Previdência

Segundo Delegado Waldir, um dos maiores problemas em relação à reforma previdenciária é a que trata da aposentadoria dos militares. "Não sou contra a reforma dos militares, mas precisamos tratar as carreiras de forma igualitária", disse. E voltou a fazer uma alusão "ao abacaxi" que a proposta representa dizendo que a "faca para descascar esse abacaxi" ainda não chegou ao Congresso. Na entrevista, ele fez questão de dizer que não é contra a reforma da Previdência, mas defende que seja apresentado o déficit de cada carreira e se trabalhe a partir desses números.

Sobre os pontos da reforma previdenciária que podem sofrer alteração na Câmara, ele citou o que muda as regras sobre o FGTS nas demissões de aposentados. Pela proposta em discussão, o aposentado deixaria de receber a multa de 40% do saldo deste fundo ao ser demitido sem justa causa. O deputado acredita que isso deverá ser suprimido da proposta.

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À Rádio Eldorado, o deputado do PSL voltou a defender o protagonismo do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre as matérias em tramitação nessa Casa Legislativa. Depois de classificar Maia, em uma entrevista para o jornal O Estado de S. Paulo, como uma espécie de primeiro-ministro, Delegado Waldir disse que ele é quem tem o poder de capitalizar a maioria dos votos necessários para aprovar essa reforma na Câmara dos Deputados. "A reforma é a que o Rodrigo Maia quer e não a que o governo quer", resumiu.

A despeito das críticas, o líder do PSL na Câmara acredita que a admissibilidade da reforma da Previdência deverá ser aprovada nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. O projeto deverá entrar na pauta de votação a partir desta terça-feira (23), após sofrer obstrução de parlamentares da oposição, do Centrão e do próprio PSL, na semana passada, neste colegiado.

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'Bolsonaro tem que dar um basta nesse astrólogo', diz sobre Olavo de Carvalho

Na entrevista à Eldorado, Delegado Waldir também criticou a interferência que o guru da família Bolsonaro, Olavo de Carvalho tem sobre o governo. "O mais absurdo é um 'guru' que vive nos Estados Unidos atacar o governo e os militares. O presidente [Bolsonaro] não pode ficar à mercê dessas pessoas e pegar a opinião do 'louco do dia'."

"Bolsonaro tem que dar um basta nesse astrólogo que comanda dois ministérios, pois as pessoas querem Educação, Saúde e Segurança", disse Waldir (Olavo de Carvalho foi astrólogo). E emendou: "Basta de discutir ideologia. Todo mundo todo espera isso do Brasil. Temos de dar um passo à frente, gerar emprego. Sou Bolsonaro de carteirinha, mas é preciso o governo parar de discutir o 'sexo dos anjos' com um futurólogo que mora nos Estados Unidos. É um 'trem' muito absurdo isso", disse Delegado Waldir.

A crítica do líder do PSL a Olavo de Carvalho foi feita após o presidente compartilhar em suas redes sociais (e depois retirar), durante o fim de semana, um vídeo em que o escritor critica os militares. O escritor disse que os "milicos" são vaidosos, estariam tentando desestabilizar o governo e teriam feito "cagadas" antes e depois da ditadura militar (1964-1985) – tal como ter entregado o país aos comunistas. “Os milicos têm de começar a confessar os seus erros, antes de querer confessar os dos outros”, disse Carvalho.

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Filhos de Bolsonaro podem falar

A respeito dos filhos do presidente Bolsonaro, Delegado Waldir tem uma opinião diferente da manifestada sobre Olavo de Carvalho. Na sua avaliação, os filhos do presidente são parlamentares e, portanto, têm o direito de se manifestarem, de dialogarem, mesmo quando isso gera polêmica.

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