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Walter Delgatti Neto, hacker conhecido pelo episódio da “vaza jato”.
Walter Delgatti Neto, hacker conhecido pelo episódio da “vaza jato”.| Foto: Reprodução/YouTube TV 247.

A defesa de Walter Delgatti afirmou na tarde desta quarta (16) que o hacker apresentou à Polícia Federal provas de que teria recebido R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli (PL-SP) para invadir “qualquer sistema do Judiciário”. Delgatti prestou depoimento em Brasília por cerca de quatro horas.

O advogado do hacker Ariovaldo Moreira, que acompanhou a oitiva, conversou com jornalistas ao deixar a PF. Segundo o defensor, o pagamento teria sido dividido entre depósitos e dinheiro em espécie.

"Ele faz prova de que recebeu valores da Carla Zambelli. Segundo o Walter, o valor chega próximo a R$ 40 mil. Foi próximo a R$ 14 mil em depósito bancário e o restante, em espécie. [Para] invadir qualquer sistema do Judiciário", disse o advogado.

Zambelli nega irregularidades e disse que contratou o hacker apenas para fazer a manutenção em seu site. A defesa afirmou que o depoimento desta quarta foi um “complemento” para as informações já prestadas por Delgatti no mês passado. O hacker foi preso preventivamente em julho durante a Operação 3FA. A deputada também foi alvo de busca e apreensão durante a operação da PF.

O advogado ressaltou que Delgatti citou durante a oitiva que mais pessoas estariam envolvidas no caso. "Foram citadas outras pessoas envolvidas ou que colaboraram com o Walter na invasão", disse Moreira. O advogado, entretanto, não disse quem seriam os outros envolvidos.

O defensor negou também que o hacker esteja fechando um acordo de delação premiada com a PF. Questionado se a delação seria fechada com outro órgão, o advogado disse que não poderia responder.

Hacker pede para ficar em silêncio na CPMI do 8 de janeiro

Além de depor sobre a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Delgatti deve ser ouvido por parlamentares na CPMI do 8 de janeiro nesta quinta-feira (17). Mais cedo, a defesa acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para que Delgatti possa permanecer em silêncio na CPMI.

O advogado protocolou um habeas corpus preventivo solicitando que seja garantido ao hacker o direito ao "silêncio absoluto". Além disso, a defesa pede que Delgatti possa deixar a comissão sem sofrer constrangimentos ou ameaças.

Nesta noite, o ministro Edson Fachin autorizou Delgatti a ficar em silêncio durante depoimento na comissão. O ministro determinou que o hacker tem o direito ao silêncio; à assistência por advogado durante a oitiva; e o direito de "não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício dos direitos anteriores".

Zambelli nega ter feito pagamentos ao hacker

O advogado Daniel Leon Bialski, que representa a deputada Carla Zambelli, divulgou uma nota nesta noite negando qualquer tipo de pagamento ao hacker.

"A defesa da deputada Carla Zambelli reitera que somente se manifestará após integral conhecimento do conteúdo dos autos – o que ainda não aconteceu, inclusive de referido depoimento, porém reforça e rechaça qualquer acusação de prática de conduta ilícita e imoral pela parlamentar, inclusive, negando qualquer tipo de pagamento ao mencionado hacker", diz a nota do defensor de Zambelli.

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