O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR) apresentou nesta segunda-feira (27) uma notícia-crime contra o deputado André Janones (Avante-MG). A ação ocorre após a divulgação de um áudio em que o parlamentar cobra de assessores a devolução de parte dos salários para ajudá-lo a cobrir gastos de campanha eleitoral. Dallagnol pede à Procuradoria-Geral da República (PGR) que a conduta de Janones seja investigada, pois os fatos citados no áudio “podem caracterizar, em tese, os crimes de peculato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro, organização criminosa e falsidade ideológica eleitoral (caixa dois)”.
Segundo o áudio, divulgado pelo portal Metrópoles, Janones teria dito que a cobrança não se trata da prática conhecida como “rachadinha”, mas de uma contribuição para recuperar parte do seu patrimônio usado para custear sua campanha à prefeitura de Ituiutaba (MG), em 2016.
O ex-procurador da Lava Jato solicitou que a PGR investigue as movimentações financeiras de Janones e seus assessores de 2016 até 2023 e a quebre o sigilo bancário dos servidores que atuaram no gabinete do deputado entre 2019 e 2023. Além disso, o ex-deputado pede que a PGR quebre o sigilo fiscal de Janones de 2015 até 2023 para apurar as suspeitas de caixa 2
Após a divulgação do áudio, Janones chamou as acusações de “fake news” e culpou a “extrema-direita”. “Hoje saiu uma matéria, que está sendo espalhada pela extrema-direita, que me acusa de rachadinha, coisa que eu nunca fiz. Para isso eles usaram uma gravação clandestina e criminosa, um áudio retirado de contexto e para tentar me imputar um crime que eu jamais cometi”, disse o parlamentar na rede social X.
“A gravação ambiental revela, ademais, que Janones tinha plena consciência da ilicitude dos seus atos, chegando até mesmo a utilizar a palavra corrupção, mas nega que se trate de tal prática para tentar convencer os membros de sua assessoria presentes na reunião, em tentativa clara de dar ares de normalidade e legalidade à prática de rachadinha”, argumentou Dallagnol.
"Assim, se verdadeiras as palavras do próprio deputado federal, conforme captadas na gravação ambiental, de que teria dilapidado seu patrimônio para custear sua campanha para prefeito, no total de R$ 675 mil, restará configurada a prática de falsidade ideológica eleitoral, popularmente conhecida como 'caixa dois', uma vez que o então candidato teria gasto quase o dobro do limite de gastos oficial 'por fora', para turbinar a sua campanha em face dos demais adversários, o que também pode configurar o ilícito eleitoral de abuso de poder econômico, conforme previsto na Lei da Ficha Limpa (Lei Complementar nº 135/2010)", aponta o pedido de investigação encaminhado para a PGR.
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