Deputado federal eleito Deltan Dallagnol critica soltura do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
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O deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR) criticou a decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de revogar a última ordem de prisão preventiva contra o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral.

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"O último preso da Lava Jato, e um dos que mais representou a absoluta falência moral e a decadência da corrupção no Brasil, foi solto pelo STF, com voto decisivo de Gilmar Mendes", criticou Dellaganol em um comentário no Twitter.

O ex-coordenador da Operação Lava Jato em Curitiba lembrou, ainda, que Cabral foi condenado a mais de 400 anos de prisão por "inúmeros crimes", e lamentou que "isso não vale nada no Brasil". Em entrevista à CNN Brasil, Dallagnol considerou a soltura um erro cometido pelo STF.

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Dallagnol citou uma série de regalias que Cabral tinha na prisão e seu entendimento de que as benesses eram pagas com dinheiro em espécie fruto de propina que o ex-governador não devolveu aos cofres públicos. Para ele, ainda podem haver "compromissos de pagamentos de propina pendente" que reforçam sua percepção de risco da soltura.

"Para mim, e isso é evidente, a soltura dele representa, sim, e continua a representar um risco para a sociedade", criticou. "Além disso, existe uma questão da mais profunda injustiça do nosso sistema, que a gente precisa enfrentar", complementou o ex-coordenador da Lava Jato em Curitiba.

O deputado eleito também criticou os retrocessos à Lava-Jato. "O que vemos é um desmonte da operação. É uma recuperação do sistema político e uma reação contra as investigações. E essa soltura do Cabral é muito simbólica, porque a gente fala de alguém que tinha mais de US$ 100 milhões em contas do exterior", comentou.

Pelo Twitter, ele pediu, porém, que a população não "perca a fé" na operação. "A Lava Jato não morreu, ela segue viva na luta de cada brasileiro que se indigna com notícias como essa", comentou. "Não iremos desistir de combater à corrupção: lutaremos pelo Brasil!", complementou nas redes sociais.