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Delação de Cid

Deltan diz que áudio de Cid “destrói a credibilidade da PF e do STF no caso contra Bolsonaro”

Deltan Dallagnol foi chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba entre 2014 e 2020 e deputado federal mais votado do Paraná em 2022.
O ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol (Foto: Arquivo/Gazeta do Povo.)

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Ao comentar sobre o vazamento do áudio atribuído ao tenente-coronel Mauro Cid - ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - o ex-deputado e ex-procurador da Lava Jato, Deltan Dallagnol, disse que Cid “destrói a credibilidade da sua delação e do trabalho da PF (Polícia Federal) e do STF (Supremo Tribunal Federal) no caso contra Bolsonaro”.

No áudio, Cid relata pressão da PF por delação, critica o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e diz que a PF tem uma “narrativa pronta” nas investigações contra Bolsonaro.

O áudio atribuído a Cid foi divulgado nesta quinta-feira (21) pela revista Veja. O militar disse que os investigadores "não queriam saber a verdade".

“Como temos denunciado há anos, parece que o verdadeiro pau de arara do século XXI e a verdadeira tortura de presos para obter delações, como disseram os senhores Dias Toffoli e Gilmar Mendes, não estava, como nunca esteve, na Lava Jato. Estava o tempo todo no STF”, disse Deltan em publicação na rede social X.

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Deltan também destacou que Cid “ficou meses preso ilegalmente sem denúncia (o que é abuso de poder e nunca aconteceu na Lava Jato)”.

Como noticiado pela Gazeta do Povo, a defesa de Bolsonaro deve pedir ao longo do dia, nesta sexta (22), a retirada do sigilo da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid após o vazamento dos áudios.

Informações preliminares apontam que Mauro Cid deve ser ouvido pelo STF nesta sexta para explicar os áudios e uma possível reavaliação do acordo.

Segundo a Veja, os áudios foram gravados na semana passada após Cid prestar depoimento à PF no último dia 11.

Cid foi preso em maio do ano passado durante a Operação Venire, que apurou supostas fraudes em cartões de vacina. Ele foi solto em setembro, depois de fechar um acordo de delação premiada, homologado por Moraes.

A delação do militar foi utilizada pela PF para embasar mandados de prisão e de busca e apreensão na Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta trama golpista.

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