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O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através do Ministério da Saúde, encerrou nesta quinta (4) as atividades do Centro de Operações de Emergência em Saúde Pública para Dengue e outras Arboviroses (COE). O fim do serviço ocorre após uma queda de 85% no número de casos entre o pico registrado em março e o mês de junho.
O COE foi instalado em fevereiro, quando o número de infecções disparou de 421 mil em janeiro para mais de 1,1 milhão. Segundo o ministério, a criação do centro foi uma resposta ao aumento dos casos e operou por 142 dias, coordenando ações do governo federal com estados para enfrentar a emergência.
“Superada a situação emergencial, o Ministério da Saúde mantém vigilância intensiva das arboviroses e trabalha no planejamento para evitar novas epidemias no país”, afirmou a pasta em um comunicado.
Ethel Maciel, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, afirmou que “continuamos mobilizados para dar respostas coordenadas a essa emergência, mas estamos focados também no planejamento para enfrentar e evitar novas epidemias”.
Com o encerramento do COE, a Sala Nacional de Arboviroses foi reativada para monitorar e combater a dengue, chikungunya, zika e febre Oropouche de forma contínua.
O Ministério informou também que está elaborando o Plano de Enfrentamento da Dengue e outras Arboviroses 2024/2025, envolvendo vigilância em saúde, manejo clínico, organização dos serviços de saúde, controle vetorial e financiamento de pesquisas, está sendo desenvolvido com a participação de organismos internacionais, pesquisadores, gestores e a sociedade civil. A proposta visa apresentar ações para serem implementadas a curto, médio e longo prazo.
O objetivo é evitar uma explosão de casos como visto neste ano no país, em que foram registradas 6,2 milhões de infecções com 4,3 mil mortes (veja números). Outras 2,6 mil seguem em investigação.
A quantidade de mortes registradas no Brasil neste ano superou a soma de todos os óbitos causados pela doença nos últimos sete anos: foram 4.331 entre 2017 a 2023. Apenas em seis meses deste ano, foram 4.396 até esta sexta (5).
Apesar da disparada dos números, o ministério informou que outros cerca de 90 países enfrentaram um aumento significativo nos casos suspeitos de dengue devido às mudanças climáticas.
O Distrito Federal tem o maior coeficiente de incidência de dengue (9.626 casos por 100 mil habitantes). Em seguida, aparecem Minas Gerais (8.035), Paraná (5.478) e Santa Catarina (4.607).
Já em números absolutos, São Paulo lidera com 1,9 milhão de ocorrências. Em seguida, aparecem Minas Gerais (1,6 milhão), Paraná (626,8 mil), Santa Catarina (350,6 mil) e Goiás (301,5 mil).
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgados no dia 27 de junho de 2024, o Brasil lidera o ranking dos países que reportam casos da doença à Organização com 75% de todos os registros.