O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que usou uma “metáfora” ao declarar que havia “na casa de todo mundo” propostas semelhantes à minuta de decreto de intervenção encontrada na casa do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres. As declarações foram feitas durante depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (2).
No depoimento, com trechos divulgados pelo g1, o dirigente partidário confirmou que recebeu duas ou três propostas semelhantes como sugestão para impedir a posse do presidente eleito Lula (PT). Ele garantiu que as minutas não tinham identificação e reafirmou que destruía os documentos. Costa Neto afirmou que as propostas eram "mal elaborados" e reiterou que nunca levou as propostas para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou à cúpula do partido, e que nunca tratou do assunto Bolsonaro. O presidente do PL deixou ainda o celular à disposição para a Polícia Federal analisar o aparelho.
Aos policiais, Costa Neto declarou também que esteve apenas uma vez no Ministério da Justiça durante os quatro anos do governo Bolsonaro, que não tinha relação alguma com o ex-ministro Anderson Torres e que não conhecia ninguém da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal.
Na última semana, em entrevista ao jornal O Globo, Costa Neto afirmou que recebeu várias sugestões para impedir a posse de Lula, que eram encaminhadas para ele pelos Correios ou chegavam às suas mãos durante eventos políticos, sem no entanto que fossem sequer consideradas. “Tinha gente que colocava (o papel) no meu bolso, dizendo que era como tirar o Lula do governo. Advogados me mandavam como fazer utilizando o artigo 142, mas tudo fora da lei. Tive o cuidado de triturar”, afirmou.
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