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A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), aliada do presidente Jair Bolsonaro (PL), sacou uma arma no meio da rua do bairro Jardins, em São Paulo, na tarde deste sábado (29). Com a arma em punho, ela atravessou a rua Joaquim Eugênio de Lima com a Alameda Lorena seguindo um homem. Ele entrou no bar e Zambelli foi atrás.
Em vídeos que circulam pela internet, é possível ouvir Zambelli gritando “Deita no chão”. Também é possível ouvir o homem perguntando “Você quer me matar para quê?”. Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, ela disse que foi cercada e empurrada por “meliantes” do PT quando saía de um restaurante.
Outro vídeo mostra que, momentos antes, o homem faz uma provocação à deputada, que, ao tentar reagir, cai no chão e passa então a persegui-lo acompanhada de outro rapaz, também armado. É possível ouvir o barulho de um disparo antes de o homem perseguido correr em direção ao bar.
Uma resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) publicada no fim de setembro proíbe o transporte de armas e munições, em todo o território nacional, por parte de colecionadores, atiradores e caçadores entre as 24 horas que antecedem o dia de eleições e as 24 horas que o sucedem.
Em uma entrevista coletiva concedida no fim da tarde, a parlamentar disse que “conscientemente estava ignorando” a norma, por não se tratar de uma lei. “Ordens ilegais não se cumprem”, afirmou.
“Conscientemente estava ignorando a resolução e continuarei ignorando a resolução do senhor Alexandre de Moraes, porque ele não é legislador. Ele é simplesmente o presidente do TSE e um membro do STF. Ele não pode, em nenhum momento fazer uma lei – isso é ativismo judicial”, disse.
Após o episódio, os partidos Rede e PT anunciaram que representarão, na segunda-feira (31), contra a deputada federal no Conselho de Ética da Câmara Federal. “Uma congressista ameaçar um opositor político com um revólver é mais um símbolo do autoritarismo e da violência que o atual governo representa. Não pode ficar impune”, declarou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), em nota.