O deputado federal André Fernandes (PL-CE) denunciou nesta quarta-feira (17), durante sessão na Câmara dos Deputados, que os visitantes que acompanhavam o debate nas galerias do plenário tiveram os celulares recolhidos pela segurança da Casa.
Segundo o parlamentar, a apreensão de celulares é "algo inédito" e ele ainda questionou o presidente da sessão sobre o motivo, o protocolo ou a justificativa, para o mesmo.
Na sessão, ele ainda argumentou que já viu recolherem faixas ou artigos que coloquem em risco a vida dos parlamentares, mas estranhou a retirada de celulares, que são usados para fazer fotos e vídeos.
"A Câmara dos Deputados não pode recolher os celulares do povo! Isso é inédito nesta Casa. Um precedente perigosíssimo. Apresentei a questão de ordem e espero que isso nunca mais se repita!", escreveu Fernandes na rede X.
O caso chamou mais atenção ainda do deputado cearense, por ocorrer justamente, no momento, em que se discute a liberdade de expressão no Brasil. Ele fez referência as decisões da justiça derrubando perfis na internet e impedindo políticos de se manifestarem.
Em nota, enviada à Gazeta do Povo, a Câmara dos Deputados informou que a apreensão de celulares faz parte das regras de segurança da Casa, e que o procedimento já é adotado há muitos anos.
"O cidadão que desejar acompanhar os debates e as votações nas galerias do Plenário Ulysses Guimarães precisa deixar todos os seus pertences, como bolsa, carteira, celular e qualquer outro item, no escaninho que fica na portaria de acesso às galerias. Também não são permitidos cartazes nem bandeiras", explicou a assessoria da Câmara.
Por fim, a Câmara reforçou que "as galerias são abertas e se situam acima do nível do plenário", e que "já houve casos de manifestantes jogarem objetos das galerias em direção ao piso do plenário e machucarem deputados e servidores".
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