O deputado federal Lindebrgh Farias (PT-RJ), futuro líder do PT na Câmara dos Deputados em 2025, pedirá informações ao Ministério da Defesa sobre as condições do local em que o general Walter Braga Netto está preso desde o último sábado (14). O requerimento, no entanto, não será sobre a estrutura em si, na 1ª Divisão do Exército no Rio de Janeiro.
De acordo com ele, as informações serão do ponto de vista administrativo da detenção, já que Braga Netto é um militar de quatro estrelas em meio a autoridades com patentes inferiores. Essa hierarquia, diz, pode influenciar na relação dele com os demais militares.
“Ele não pode ter contatos com outras pessoas, com investigados. O Braga Netto fazia política o tempo inteiro. [...] Aquilo [a Vila Militar, onde está localizado o quartel] não pode virar uma conspiração contra a democracia brasileira”, disse o deputado.
Lindbergh Farias afirma entender o que diz a legislação sobre a prisão de militares, mas questiona que Braga Netto foi detido em um local que pode ter contato com outros militares, embora a decisão do ministro Alexandre de Moraes permita o acesso apenas de advogados.
“Até porque ele tem uma autoridade muito grande ali, ele foi o comandante do Comando Militar do Leste. Ele é um general quatro estrelas, e o atual comandante é um general três estrelas. Tem que se ter cuidado, senão ali ele fica recebendo todo mundo”, emendou o deputado.
Farias ainda lembrou o que ocorreu com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que recebia visitas de outros militares e do pai, Lourena Cid, quando esteve preso em Brasília. Segundo a Polícia Federal, Braga Netto teria tentado conseguir informações da colaboração premiada através do pai de Cid, o que levou à prisão por tentativa de interferir nas investigações.
A Gazeta do Povo procurou o Exército e o advogado de Braga Neto para explicarem as condições da prisão de Braga Netto e aguarda retorno.
Braga Netto está detido em uma sala improvisada como prisão na 1ª Divisão do Exército na Vila Militar do Rio de Janeiro, na Zona Oeste da cidade. Inicialmente, por conta da patente de quatro estrelas, ele ficaria custodiado no Palácio Duque de Caxias, sede do Comando Militar do Leste, no centro da capital fluminense.
No entanto, por conta da falta de condições, ele foi transferido para outro quartel, em uma sala com banheiro privativo, geladeira, ar-condicionado e quatro refeições diárias. O acesso ao local está reforçado pelo Exército desde o final de semana.
O Estatuto dos Militares aponta que integrantes das Forças Armadas devem ser detidos apenas em instalações militares mesmo por ordem da Justiça civil.
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