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O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR) afirmou nesta quinta (16) que está com “paciência zero em especial” com o governo. Ele é da base governista de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e sinalizou que a decisão de revogar a norma da fiscalização das operações pelo Pix acima de R$ 5 mil não foi bem recebida nem mesmo internamente.
“Não me venham com 'Bom dia', situação é péssima! Acordei tão nervoso, que meu café foi diferente, joguei o pó na boca e toquei água quente para dentro, paciência zero, em especial com nosso governo”, disse em uma rede social.
Não demorou muito e Jair Bolsonaro (PL) republicou a postagem afirmando que “A Amazônia está em chamas”, como uma alfinetada direta nele e no governo. O deputado fez uma réplica atacando o ex-presidente afirmando que, apesar da crítica, “quanto ao nosso governo; apesar dos erros, o governo é infinitamente melhor que o seu, que foi um desastre”.
- A Amazônia está em chamas! pic.twitter.com/s1k8jjDtrE
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) January 16, 2025
Por conta da repercussão negativa da norma – que gerou informações de que as operações do Pix poderiam ser cobradas – o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, anunciou a revogação da medida.
“Pessoas inescrupulosas distorceram e manipularam um ato normativo da Receita, prejudicando muita gente no Brasil, causando pânico, pincipalmente na população mais humilde. Apesar de todo nosso trabalho, infelizmente, esse dano é continuado. Por isso, decidi revogar esse ato”, afirmou Barreirinhas.
As regras, que entraram em vigor em 1º de janeiro, pretendiam monitorar transferências financeiras acima de R$ 5 mil mensais para pessoas físicas e R$ 15 mil para empresas. Segundo a Receita, o objetivo era aprimorar o gerenciamento de riscos na administração tributária, sem aumento de tributação.
Barreirinhas destacou que a norma foi transformada em uma “arma” por pessoas com interesses políticos. “A revogação se dá por dois motivos: um deles é tirar isso que virou uma arma na mão de criminosos inescrupulosos e a segunda é não prejudicar o debate da tramitação do ato que será anunciado pelos ministros”, explicou.