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Guerra no Oriente Médio

Deputados condenam tom ameno do governo Lula após ataque terrorista a Israel

A deputada Clarissa Tércio (PP-PE) cobrou ajuda militar do governo brasileiro a Israel. (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

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Durante sessão plenária desta segunda-feira (9), deputados da oposição condenaram o tom ameno adotado pelo governo Lula para tratar dos ataques terroristas do Hamas contra Israel.

Em posicionamento oficial, o governo condenou os ataques a civis dos dois lados, reiterou a reivindicação de criação de um estado palestino, bem como a manutenção do estado israelense e pediu paz, mas evitou classificar o Hamas como grupo terrorista.

A posição de “neutralidade” adotada pelo governo Lula também não agradou ao embaixador israelense no Brasil, Daniel Zonshine, que pediu que o Brasil “lidere uma condenação muito forte contra as ações terroristas do Hamas”.

O posicionamento incisivo do país teria grande impacto internacional, já que o Brasil ocupa a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).

Para a deputada Clarissa Tércio (PP-PE), o governo brasileiro deveria, inclusive, enviar ajuda militar a Israel.

“Eu pergunto: qual o motivo de o presidente Lula não ter agido com firmeza e nem sequer citar o grupo terrorista Hamas quando falou dos ataques? Eu pergunto aqui, e o mundo está observando os Estados Unidos enviando ajuda militar a Israel. E cadê o Brasil nisso? Vamos lembrar que os soldados de Israel estiveram aqui no Brasil durante a tragédia de Brumadinho, e eles vieram para nos ajudar. Cadê o Brasil?”, questionou

Na mesma linha, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) classificou os ataques do Hamas como “covarde, terrorista e bárbaro” e cobrou o presidente Lula por não ter sido incisivo contra os terroristas.

“O ataque covarde, terrorista, bárbaro que aconteceu, do Hamas contra o Estado de Israel, não pode ficar e merecer o silêncio desta Nação. Especial ao presidente Lula, que não deu nome aos bois. Foi um atentado terrorista do Hamas. Não tem que passar a mão no terrorista”, disse a parlamentar.

Versão do governo

Já o deputado governista Helder Salomão (PT-ES) disse que o Brasil propõe a paz e o diálogo.

“Todo ato de violência tem que ser condenado, todo ato terrorista tem que ser condenado. Então o ato praticado pelo Hamas tem que ser condenado. Não há solução para os conflitos se não for por meio do diálogo. Ao invés de enviar armas para o conflito entre Israel e Palestina, os Estados Unidos deveriam enviar uma missão de paz. É o que o governo brasileiro propõe”, afirmou o petista.

Na mesma linha, outros deputados da extrema-esquerda defenderam a posição “neutra” do governo Lula e falaram em “diálogo” e “paz”.

O deputado Rogério Correia (PT-MG) chegou a culpar a “ultradireita” israelense pela cobrança de posicionamentos mais contundentes contra o terrorismo do Hamas.

“O governo tem uma posição muito clara de repudiar qualquer ataque a civis e, nesse sentido, pedir a paz. E é óbvio que lá em Israel a ultradireita, assim como a ultradireita aqui no Brasil, age sempre dessa forma: em tom bélico, em tom de sangue e em tom de opressão. O povo palestino, e não estou falando do Hamas, falo do povo palestino, foi sempre oprimido por este tipo de governo de ultradireita”, afirmou Correia.

Vale lembrar que o Hamas parabenizou Lula pela vitória na eleição do ano passado. Na ocasião, Basim Naim, membro do Bureau Político do Hamas, chamou Lula de “lutador pela liberdade”.

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