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Alguns deputados federais da oposição criticaram nesta quinta-feira (1º) a fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em que ele sugeriu “humanizar o combate aos pequenos crimes” durante evento de balanço das ações do Ministério da Justiça e Segurança Pública, no primeiro ano do governo.
"A gente quer ver se a gente consegue humanizar o combate ao pequeno crime, as pessoas mais humildes, e jogar muito pesado, jogar muito pesado, eu não sei como [...] como é que a gente vai jogar pesado para enfrentar a chamada indústria internacional do crime organizado. Essa tem avião, navio, iate, indústria, ela tem tudo, poderes em muitas decisões de governo, partido, países, e essa que nós temos que enfrentar", afirmou o petista.
Para o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS), a declaração de Lula apenas reforça o incentivo dele para o "cometimento de crimes". “Humanizar pequenos crimes? Lula já deu diversas declarações que incentivam o cometimento de crimes. Em um ato leviano, Lula quer implementar o “liberou geral” para o cometimento de crimes. Nós, do Legislativo, temos que ter a maturidade de dar uma resposta firme a essa fala irresponsável”, disse Nogueira.
Na avaliação do deputado federal Sargento Gonçalves (PL-RN), a fala de Lula é "revoltante" e o chefe do Executivo “passa pano para bandidos”. “É revoltante ver o presidente da República, a maior autoridade da nação, passar pano para bandidos. O Estado precisa é adotar medidas e enérgicas para combater a criminalidade e não tratar criminoso como coitado.”, afirmou Gonçalves.
O deputado Rodrigo Valadares (União-SE) também considerou "absurda" a fala do presidente. “Lula precisa entender que precisamos promover a justiça, não minimizar transgressões”, disse Valadares.
E de acordo com o deputado federal Sargento Portugal (Podemos-RJ) os bandidos não devem ser tratados "com flores e bombom". "Quem comete crimes, precisa ser tratado como criminoso. Não se pode romantizar a pratica de ilícitos. Não existe essa, ele praticou um crimizinho. Bandido é bandido. E ponto", declarou.
Ao fazer o balanço no Ministério da Justiça, o ex-ministro Flávio Dino defendeu as políticas de desencarceramento do atual governo, dizendo que delitos graves, que atentam contra a vida da pessoa humana, por exemplo, precisam gerar punições mais severas, como a prisão, mas que delitos mais "brandos" demandariam penas alternativas.