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“Complacente com a criminalidade”

Deputados culpam Lula por 2 mil presos não terem retornado à prisão após saidinha de fim de ano

penitenciarias de segurança máxima abrigam condenados ligados ao crime organizado.
Para parlamentares da oposição, governo Lula tem culpa pelo não retorno de dois mil presos após saidinha de fim de ano. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Deputados da oposição atribuíram ao presidente Lula (PT) o fato de cerca de dois mil presos que deixaram a prisão para a saidinha de fim de ano não terem retornado às unidades prisionais.

O levantamento que aponta para esses números foi realizado pelo portal Metrópoles e identificou que 48 mil presos deixaram as unidades prisionais entre o fim de 2024 e início deste ano em 15 estados e no Distrito Federal, dos quais 2.042 não voltaram para cumprimento da pena, o equivalente a 4,3% dos que tiveram o direito concedido pelas mais diferentes Varas de Execuções Penais.

Os dados sobre o não retorno à prisão provocaram reações e críticas imediatas de deputados da oposição. Para os parlamentares, o governo Lula “adota políticas complacentes com a criminalidade”.

“A ausência de mais de dois mil presos após a saidinha de Natal é um reflexo direto da conivência do governo atual com a criminalidade. Essa postura coloca em risco a segurança da população e demonstra a falta de compromisso com a Justiça”, disse a deputada federal, Silvia Waiãpi (PL-AP).

Outro a criticar a política de segurança pública e de fomento ao desencarceramento do governo foi o deputado federal Rodolfo Nogueira (PL-MS). “O governo Lula sempre foi complacente, para não dizer conivente, com o crescimento da criminalidade no país. O não retorno de milhares de presos após a saidinha é mais uma prova de que as políticas adotadas estão falhando em proteger os cidadãos de bem”, critica.

Para o deputado Rodrigo Valadares (União-SE), “a política de segurança pública do governo atual é ineficaz e permissiva” e chamou de fuga o não retorno de mais de dois mil presos após o benefício do fim de ano. “[O que] evidencia a falta de controle e a necessidade urgente de revisão dessas medidas”.

Outro a se pronunciar foi o deputado Sanderson (PL-RS). O parlamentar diz que a segurança pública é negligenciada pelo governo Lula e que “a evasão em massa de presos após a saidinha de Natal é um indicativo claro que as políticas atuais não estão funcionando e precisam ser revistas imediatamente”.

A segurança pública está no centro das atenções e promete ser um desafio à parte em 2025 para o governo. No fim do ano, Lula publicou um decreto instituindo regras para o uso da força policial onde preconiza a utilização de armas de fogo, por exemplo, como último recurso. Para especialistas, isso representa um risco iminente aos profissionais da área frente à criminalidade. O decreto encontra resistência entre governadores. Apesar de o governo dizer que os entes federados não têm a obrigação de seguir o que rege o decreto, ele condiciona a destinação de recursos de fundos específicos para segurança aos que seguirem as regras.

O governo Lula ainda tenta emplacar, para este ano, a PEC da Segurança Pública que, na visão de governadores, como do Sul e Sudeste, é prejudicial e pode tirar autonomia dos estados concentrando poderes à União sobre o tema.

Somado a isso, o ministro da Justiça e Segurança Pública Ricardo Lewandowski tem defendido a necessidade de uma política de desencarceramento no Brasil. No fim do ano passado o Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou plano do governo e do Conselho nacional de Justiça (CNJ) que impõe medidas sobre o tema.

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