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Crise na Venezuela

Deputados de oposição querem que Lula declare Maduro como persona non grata no Brasil

Oposição quer que Lula declare Maduro "persona non grata"
Oposição quer que Lula declare Maduro "persona non grata" (Foto: EFE/André Borges)

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Deputados que fazem oposição ao governo na Câmara protocolaram requerimento para solicitar que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva considere o ditador venezuelano Nicolás Maduro como "persona non grata" no Brasil. Os parlamentares alegam que esta medida deve demonstrar o compromisso do governo com a liberdade e democracia.

A expressão "persona non grata", do latim, demonstra que a pessoa é indesejada ou não é bem-vinda em determinado lugar; e na diplomacia internacional, é utilizada pelos países para considerar determinado chefe de Estado ou representante estrangeiro como não mais reconhecido naquele país.

O pedido conta com o apoio de 32 parlamentares, a maioria do Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também inclui a assinatura de deputados de outras legendas mais ao Centro, como o Progressistas, Republicanos e União Brasil; além do Novo, PSD e PRD.

O requerimento funciona como um instrumento para que os deputados sugiram a outro Poder a adoção de providências, e deverá ser analisado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

Para os deputados que assinam o pedido para que Lula declare Maduro "persona non grata", a recente eleição na Venezuela foi fraudulenta, e a reeleição do ditador "desafia a lógica e a estatística". No documento, os parlamentares defendem ainda que o Brasil adote uma posição firme "em defesa dos direitos democráticos e dos direitos fundamentais".

"Os resultados divulgados, com percentuais matematicamente precisos, sugerem uma manipulação grotesca. Em um golpe contra a democracia, os votos parecem ter sido ajustados para encaixar em percentuais previamente decididos. Esse teatro de manipulação é uma afronta ao povo venezuelano e à comunidade internacional, que merecem transparência e verdade no processo eleitoral", destaca trecho do pedido.

A eleição de Maduro não é reconhecida por diversos países, pelo Centro Carter, observador internacional do processo eleitoral, e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), que denunciou uma "manipulação aberrante".

Uma semana após o resultado, o governo brasileiro não reconheceu nem refutou a reeleição de Maduro. O governo pediu que as atas que comprovariam a vitória de Maduro sejam apresentadas pelo regime chavista, mas não definiu um prazo para a resposta. Sete países da União Europeia também pediram neste sábado (3) que as autoridades venezuelanas divulguem os registros.

Esta semana, o presidente Lula chegou a dizer que "não tem nada de grave, nada de anormal" na disputa. Lula afirmou ainda que todos têm a obrigação de reconhecer o resultado das eleições quando as atas forem apresentadas.

Desde o anúncio do resultado das urnas, a Venezuela convive com protestos internos, que organizações independentes dizem ser repreendidos com prisões e mortes pelas forças de segurança.

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