Deputados fazem vaquinha por Bolsonaro via Pix contra “assédio judicial”

Parlamentares e personalidades influentes que apoiam Jair Bolsonaro (PL) iniciaram uma mobilização para solicitar contribuições via Pix para o ex-presidente nesta sexta-feira (23). O motivo é o que eles chamam de "assédio judicial" em torno de Bolsonaro, que acumula multas de diversos processos do qual foi alvo.

Os deputados federais Nikolas Ferreira (PL-MG), Mário Frias (PL-SP), Gustavo Gayer (PL-GO) e André Fernandes (PL-CE) e o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) entraram na campanha e fizeram publicações nas redes sociais pedindo a ajuda dos apoiadores de Bolsonaro. Solicitaram que as contribuições sejam enviadas por Pix.

Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação da Presidência, fez um tuíte confirmando que o Pix divulgado pelos parlamentares pertence a Bolsonaro. "Tendo em vista inúmeros questionamentos que recebemos, a fim de eliminar qualquer dúvida e afastar oportunistas, seguem dados do PR", disse, antes de enviar o número da conta de Bolsonaro.

O ex-presidente vive hoje de suas aposentadorias do Exército e da Câmara dos Deputados (Bolsonaro ficou 27 anos no cargo de deputado, entre 1991 e 2018) e de um salário que recebe como presidente de honra do PL, de quase R$ 40 mil. No total, sua renda mensal ronda os R$ 80 mil.

Por causa das multas acumuladas, na semana passada, a Justiça de São Paulo bloqueou, no total, mais de R$ 400 mil das contas do ex-presidente. As decisões têm relação com o descumprimento de medidas sanitárias durante a pandemia da Covid-19.

Após as postagens dos apoiadores, alguns opositores do ex-presidente fizeram publicações debochando da iniciativa. "Não basta todo o mal que ele já fez, agora ele vai dar golpe no PIX, é o 'Urubu do PIX' versão extrema-direita", afirmou o deputado federal André Janones (PT-BA).