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Deputados da oposição criticaram nesta terça-feira (17) a recente proposta do PSOL de sugerir ao Ministério da Defesa a extinção ou reformulação de unidades de forças especiais do Exército Brasileiro, como o Comando de Operações Especiais (COpEsp), também conhecido como “kids pretos”. A medida tem sido vista como uma ameaça à soberania nacional e à capacidade de defesa do país.
A iniciativa do deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) surgiu após a prisão do general Braga Netto, no último sábado (14). O pedido de extinção dos “kids pretos” e o requerimento de informações foram enviados à Defesa na segunda-feira (16).
Para o deputado Rodrigo Valadares (União-SE) a iniciativa do PSOL é “um ataque direto à segurança e à independência do Brasil”. Ele defendeu o papel estratégico dessas forças, especialmente em operações de combate ao terrorismo, resgate de reféns e missões internacionais de paz.
"A extinção desse batalhão é uma manobra ideológica que põe em risco a proteção da nossa nação e atende a interesses alheios aos do povo brasileiro", afirmou Valadares.
Já o deputado Sanderson (PL-RS) ressaltou a relevância estratégica das unidades de elite. Segundo ele, “as forças especiais não são apenas um orgulho militar; são essenciais para a proteção da nossa soberania, especialmente em regiões como a Amazônia, onde enfrentamos desafios como o tráfico e crimes ambientais. É inconcebível que alguém cogite desmantelar essas estruturas".
Por sua vez, a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) enfatizou o desconhecimento do PSOL sobre a importância das Forças Armadas e criticou as motivações políticas por trás da proposta.
“O Batalhão de Forças Especiais é a tropa mais preparada do Exército Brasileiro e seu poder de dissuasão evita que aqueles que têm interesse em atacar a nossa soberania se atrevam a tentar. Todo País se orgulha de suas tropas de Operações Especiais, o Braço Forte que garante a defesa do território nacional", destacou a parlamentar.
Silvia Waiãpi também alertou para uma suposta campanha de enfraquecimento das Forças Armadas: "Esta proposta é mais uma prova de que há uma campanha sistemática para desmoralizar e enfraquecer nossas Forças Armadas, como parte de uma agenda que favorece a criminalidade e enfraquece o Estado".
Embora tenha sido chamado de “batalhão” pelo PSOL, os “kids pretos” não são um batalhão ou grupo específico do Exército. Como mostrou a Gazeta do Povo, “kid preto” é uma denominação genérica usada para designar militares profissionais que atuam em Operações Especiais, área que abrange duas especialidades: Comandos e Forças Especiais. Nos documentos divulgados pelo STF e pela Procuradoria Geral da República (PGR) para justificar buscas e apreensões da operação Tempus Veritatis da Polícia Federal, o termo "kid preto" apareceu relacionado à especialidade de Forças Especiais.
A proposta do PSOL segue gerando polêmica e promete ser tema de intensos debates no Congresso Nacional, com a oposição prometendo lutar contra qualquer tentativa de desmantelamento das estruturas militares.