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Dilma Rousseff
Ex-presidente Dilma Rousseff teve encontro com 70 embaixadores e representantes diplomáticos pouco antes do impeachment.| Foto: Ricardo Maldonado Rozo/EFE

A reunião com embaixadores em julho do ano passado que levou à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) à inelegibilidade por oito anos não foi a única realizada por um mandatário da República, mas teve um resultado diferente da anterior. Dilma Rousseff (PT) também convocou os representantes de outros países para um encontro pouco depois de ter o pedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados.

Em março de 2016, a ex-presidente convidou todos os cerca de 150 embaixadores estrangeiros em Brasília para um evento intitulado de “Encontro com Juristas pela Legalidade da Democracia”, apenas três meses depois do então presidente da Câmara, Eduardo Cunha (MDB) autorizar o início do processo. Dilma foi afastada temporariamente do cargo dois meses depois e definitivamente removida da presidência em 31 de agosto.

A lembrança da reunião de Dilma com embaixadores foi citada pelo advogado e ex-ministro Fabio Wajngarten na manhã desta segunda (3) em uma rede social. “Inacreditável”, disse, junto de uma imagem de uma reportagem sobre o encontro.

Segundo apuração da Folha de São Paulo na época, o Palácio do Planalto afirmou que cerca de 70 embaixadores ou representantes compareceram à reunião, sendo 28 deles da Itália, Reino Unido, Bolívia, Equador, Cuba e Rússia. Foi a primeira reunião de Dilma com o corpo diplomático em meio à crise política.

O objetivo da reunião, no entanto, não foi informado pelo Planalto. Uma semana antes, Dilma disse na Câmara que seria necessário “mobilizar a sociedade em torno de uma nova campanha pela legalidade”, remetendo ao evento semelhante realizado na década de 1960, após a renúncia do presidente Jânio Quadros, pela defesa da posse de João Goulart, então vice-presidente.

O processo de impeachment de Dilma Rousseff foi aprovado pela Câmara dos Deputados em 17 de abril de 2016 por 367 votos favoráveis e 137 contrários. No mês seguinte, em 12 de maio, o Senado aprovou a remoção por 55 votos a 22.

O então vice-presidente Michel Temer (MDB) assumiu o cargo até 31 de agosto, quando o Congresso confirmou a perda de mandato da ex-presidente pelo crime de responsabilidade por realizar manobras fiscais conhecidas como “pedaladas”.

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