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Sob pressão durante todo o decorrer da quarta-feira (30), por parte da oposição, em relação à revelação da completa perda das imagens capturadas pelas câmeras do Ministério da Justiça durante os episódios de vandalismo ocorridos na Praça dos Três Poderes, o titular da pasta, Flávio Dino, cedeu na noite do mesmo dia, entregando à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos de 8 de janeiro um segundo HD contendo gravações.
O primeiro HD, entregue duas semanas antes, contém apenas registros de duas câmeras posicionadas para monitorar a área frontal externa do edifício. A análise do conteúdo recém-entregue ficará a cargo dos membros da comissão, mas já se sabe que ainda se trata de um material selecionado.
Antes de disponibilizar o HD, o ministro compartilhou em coletiva de imprensa que estava em busca de outras possíveis cópias referentes àquele dia. Ele alegou que "razões contratuais" teriam motivado a empresa de segurança contratada pelo ministério a apagar as imagens em até um mês após o incidente.
Os parlamentares da oposição na CPMI reiteram sua intenção de examinar minuciosamente as imagens fornecidas para verificar se houve supressões ou edições. Além disso, eles planejam demandar explicações a respeito das recorrentes negativas, atrasos e agora suspeitas de destruição de evidências e obstrução das investigações.
Questionam também a inatividade da Força Nacional durante as invasões, apesar da comprovada presença de quatro pelotões nas imediações do edifício do Ministério da Justiça. O senador Eduardo Girão (Novo-CE) questionou.
"Por que não houve ação imediata para proteger o patrimônio, como ocorreu em situações anteriores, inclusive na posse do presidente Lula? Chega desse jogo de esconde-esconde", disse.
Na manhã desta quinta-feira (31), a CPMI ouvirá o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marco Gonçalves Dias, conhecido como GDias. Figura próxima do presidente Lula, ele ocupava esse cargo durante as invasões e era responsável pela segurança do Palácio do Planalto, cujo protocolo de defesa foi ignorado.
GDias deixou sua posição em 19 de abril de 2023, após a divulgação de vídeos nos quais ele aparece interagindo com os invasores durante os atos de vandalismo. O senador Izalci Lucas (PSDB-DF) expressou sua perplexidade com a situação ao comentar.
"Não entendo por que ele ainda está em liberdade, enquanto a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal está detida pelo mesmo motivo. O general tem o agravante de ter alterado um relatório oficial para encobrir sua omissão", afirmou.