Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Ministro do STF

Dino dá menos de um dia para Câmara “responder objetivamente” sobre emendas

Flávio Dino, emendas, câmara, Arthur Lira
O ministro do STF, Flávio Dino (Foto: André Borges/EFE)

Ouça este conteúdo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, condicionou a liberação dos R$ 4,2 bilhões oriundos de emendas parlamentares ao envio de "respostas objetivas" da Câmara dos Deputados a questionamentos sobre as regras que regem o repasse dos recursos.

O ministro deu até às 20 horas desta sexta-feira (27) para que a Câmara envie as respostas “caso deseje manter ou viabilizar os empenhos das ‘emendas de comissão’ relativas ao corrente ano”.

O despacho do ministro foi emitido nesta sexta-feira (27) após o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), protocolar um recurso junto ao STF contra a decisão que bloqueou o pagamento dos R$ 4,2 bilhões.

No ofício encaminhado à Corte, Lira nega qualquer manobra para liberação por meio de suspensão das comissões e pede que a decisão que bloqueou os valores seja revogada.

De acordo com o pedido da Câmara, "não procedem os argumentos de que a deliberação das emendas de comissão é oculta ou fantasiosa, já que está detalhadamente documentada nos autos, com publicação ampla na internet".

Dino questionou as alegações da Câmara

O documento da Câmara foi enviado ao STF depois da decisão do ministro Flávio Dino desta segunda-feira (23), que bloqueou o pagamento das chamadas emendas de comissão com base em pedidos apresentados por partidos como Novo e PSOL.

“Para mais uma vez explicar, reitero que a ordem jurídica trata de tipos diferentes de emendas, que têm objetivos diversos, conforme os atos normativos em vigor. Evidentemente tais atos normativos não foram aprovados pelo STF, e sim pelo próprio Congresso Nacional [...] Observo que Emendas do Presidente da Casa ou do Presidente da Comissão, de Líderes Partidários e da Mesa da Casa Legislativa, até o momento, não existem na Constituição e nas leis nacionais”, diz um trecho do despacho de Dino.

“Desde agosto de 2024 seguem-se persistentes tentativas do STF de viabilizar a plena execução orçamentária e financeira, com a ‘efetiva entrega de bens e serviços à sociedade’, nos termos da Constituição Federal (art. 165, § 10) e das leis nacionais. Entretanto, aproxima-se o final do exercício financeiro, sem que a Câmara dos Deputados forneça as informações imprescindíveis, insistindo em interpretações incompatíveis com os princípios constitucionais da transparência e da rastreabilidade, imperativos para a regular aplicação de recursos públicos”, diz outro trecho.

Questionamentos

O ministro pediu "respostas objetivas" da Câmara para as seguintes questões:

  • Quando houve a aprovação das especificações ou indicações das “emendas de comissão” (RP 8) constantes do Ofício nº. 1.4335.458/2024? 
  • Todas as 5.449 especificações ou indicações das “emendas de comissão” constantes do Ofício foram aprovadas pelas Comissões? 
  • Existem especificações ou indicações de “emendas de comissão” que não foram aprovadas pelas Comissões? Se não foram aprovadas pelas Comissões, quem as aprovou? 
  • O que consta na tabela de especificações ou indicações de “emendas de comissão” (RP 8) como “NOVA INDICAÇÃO” foi formulada por quem? Foi aprovada por qual instância? Os Senhores Líderes? O Presidente da Comissão? A Comissão? 
  • Qual preceito da Resolução nº. 001/2006, do Congresso Nacional, embasa o referido Ofício nº. 1.4335.458/2024? Como o Ofício nº. 1.4335.458/2024 se compatibiliza com os arts. 43 e 44 da referida Resolução? 
  • Há outro ato normativo que legitima o citado Ofício nº. 1.4335.458/2024? Se existir, qual, em qual artigo e quando publicado?

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.